Chapter 11: Capítulo 11: O Fim da Esperança e a Chama da Determinação
O Baratie estava em completo silêncio.
A presença de Don Krieg, um homem outrora imponente e temido, agora ajoelhado no deque, implorando por comida, causava espanto e incredulidade entre os presentes. Patty, de braços cruzados e um sorriso debochado no rosto, observava o temido pirata reduzido a um mendigo faminto.
"Heh, que visão patética!" Patty zombou, chutando um balde d'água na direção de Don Krieg, que se encolheu com o impacto. "O grande Don Krieg, que dominava os mares, agora rastejando por sobras. Isso é hilário!"
O riso de alguns clientes acompanhava a cena humilhante. Don Krieg, debilitado, tentou se erguer, mas suas pernas falharam, fazendo-o cair de novo. Seu rosto estava sujo, sua respiração ofegante, e seus olhos suplicavam por um simples pedaço de pão.
"Eu... imploro..."
Patty não demonstrava compaixão. "O Baratie não serve vermes como você! Fora daqui antes que eu te jogue no mar!"
Sanji, que assistia da entrada da cozinha, franziu a testa e apertou os punhos. Ele não gostava de Krieg, mas aquela cena o incomodava profundamente.
Gin, de pé ao lado do capitão caído, olhava para Sanji, em silêncio. Ele sabia que, no fundo, aquele cozinheiro não era como os outros.
Com um suspiro, Sanji apagou o cigarro e pegou um prato de comida. Ele caminhou lentamente até Krieg, abaixou-se e colocou o prato à sua frente.
"Coma."
Todos os olhares se voltaram para ele. Patty ficou vermelho de raiva. "Sanji! Você enlouqueceu?! Esse cara vai nos matar assim que se recuperar!"
Sanji não desviou o olhar. "Não importa quem ele seja. A fome não discrimina ninguém. Se você já passou fome de verdade, saberia que negar comida a alguém nessas condições é o mesmo que matá-lo."
Don Krieg hesitou. Seu orgulho lutava contra sua necessidade. Mas seu corpo estava fraco demais para resistir. Ele agarrou o prato com as mãos trêmulas e começou a devorar a comida com avidez.
Gin fechou os olhos e sorriu levemente. "Obrigado, Sanji..."
O som pesado de uma bengala ecoou pelo deque.
"Sanji, seu moleque cabeça-dura... sempre seguindo seu próprio caminho."
Todos os olhares se voltaram para a figura que surgia. Zeff, o chefe do Baratie, caminhava lentamente até o centro da confusão. Sua perna de pau batia contra o chão de madeira, e seu olhar sério se fixava em Don Krieg.
Krieg ergueu a cabeça e arregalou os olhos. Seu rosto, antes endurecido pelo orgulho, tremeu ao reconhecer o velho cozinheiro.
"Você...!" ele murmurou.
Zeff soltou um suspiro cansado. "Faz tempo, Krieg. Nunca pensei que veria você assim."
Patty e Carne se entreolharam, confusos. "Chefe, você conhece esse cara?"
Zeff assentiu lentamente. "Sim. Ele sempre foi um pirata arrogante, que só confiava na força bruta e no medo para conseguir o que queria. Agora, parece que a maré virou contra ele."
Don Krieg cerrou os punhos, mas seu corpo fraco impedia qualquer reação. "Cale-se... velho maldito..."
Zeff permaneceu impassível. "Não vou te julgar, mas sei bem o que acontece quando um pirata vive só para espalhar terror. No fim, sempre acaba sozinho e destruído. É um caminho que você mesmo escolheu."
Sanji permaneceu calado, observando a cena com seriedade.
Don Krieg rangeu os dentes, seu rosto contorcido de raiva e humilhação. "Isso não acaba aqui..."
Enquanto isso, em Cocoyasi, Nami estava ajoelhada no chão, em choque, assistindo o dinheiro pelo qual lutou durante anos ser levado pela brisa.
"Você mentiu para mim!" ela gritou, seus olhos transbordando raiva e desespero.
Arlong a encarou com um sorriso cruel. "Nami, você é parte da minha tripulação. Você realmente acreditou que poderia comprar a liberdade?"
As unhas de Nami cravaram-se na terra. A dor em seu peito era avassaladora. Todos os seus esforços... os sacrifícios... tudo reduzido a nada em um único instante.
No fundo, os moradores da vila assistiam impotentes. Nojiko apertava os punhos, tentando conter as lágrimas. Genzo avançou um passo, mas um dos homens-peixe o empurrou para trás.
"Não há nada que possam fazer," zombou Arlong. "Cocoyasi pertence a mim. E Nami também."
A jovem cartógrafa pegou sua adaga, trêmula. Seus olhos estavam cheios de fúria. "Eu vou te matar..."
Arlong gargalhou. "Pode tentar, garotinha. Mas sabemos como isso vai acabar."
O destino de Nami estava selado... ou assim parecia.
No Baratie, Krieg se preparava para atacar. Em Cocoyasi, Arlong tramava novos horrores. Em alto-mar, um certo espadachim de cabelos verdes navegava em direção ao desconhecido.
Os destinos estavam prestes a se entrelaçar. A tempestade se aproximava.
E ninguém sairia ileso dela.