Chapter 13: Chegada ao Oeste
À medida que Jon e sua comitiva desembarcavam na costa das ilhas, a areia fina se moldava sob seus pés, e o som das ondas quebrando ao fundo parecia um chamado ancestral. A luz do sol refletia nas águas tranquilas, criando uma aura mágica ao redor do grupo.
— Vamos nos dividir em grupos, — sugeriu Jon, olhando para Rhaella e Daenerys. — Precisamos explorar rapidamente e descobrir o que essas ilhas têm a oferecer.
Rhaella, com os olhos brilhando de determinação, respondeu: — Eu e Daenerys podemos investigar a área mais ao sul. O que você acha, Daenerys?
— Concordo. A vegetação densa pode esconder recursos valiosos, — Daenerys respondeu, já visualizando como poderiam aproveitar o que encontrassem.
Enquanto isso, Aemon observava o mar, onde as ondas dançavam em uma coreografia hipnotizante. — Este lugar é repleto de histórias, Jon. As lendas que cercam os Targaryen estão profundamente enraizadas nestas águas. Devemos respeitá-las.
Jon sentiu a gravidade das palavras de Aemon. Cada passo poderia ser um reflexo do legado de sua família. — Vamos agir com cautela, mas também com coragem. O que fazemos aqui pode moldar nosso futuro.
Com um aceno de cabeça, eles se separaram. Jon decidiu seguir para a encosta rochosa a oeste, onde uma pequena trilha se desenrolava entre as árvores. O ar estava fresco, e o cheiro da terra úmida trazia à mente lembranças de Winterfell.
À medida que caminhava, Jon ponderava sobre as responsabilidades que pesavam sobre seus ombros. A possibilidade de unir os Targaryen novamente, de restaurar o que havia sido perdido, era uma tarefa monumental. Mas ele sabia que não estava sozinho.
A brisa suave trouxe consigo um murmúrio distante, como se as vozes dos antigos Targaryen o encorajassem. Ele parou por um momento, fechando os olhos e permitindo que a conexão com seus antepassados o envolvesse. Era como se Aegon, Rhaenys e Visenya estivessem ao seu lado, guiando-o em sua busca.
Quando finalmente chegou ao topo da colina, Jon avistou uma pequena baía à frente. As águas eram de um azul profundo e, no centro, uma ilha menor se destacava, coberta de árvores. Algo na visão fez seu coração acelerar.
— Jon! — chamou Rhaella, que havia se juntado a ele. — Olha!
Ela apontou para a ilha. No meio da vegetação, algo brilhava sob a luz do sol. Um tesouro, talvez? Jon não pôde deixar de sentir uma onda de esperança.
— Precisamos investigar, — disse ele, determinado. — Pode ser a chave que procuramos.
Eles desceram rapidamente em direção à baía, onde encontraram um pequeno barco de pesca abandonado, ainda intacto. Jon trocou um olhar com Rhaella, um plano formando em sua mente. — Vamos até aquela ilha. Se houver algo lá, não podemos deixar passar.
Com um aceno afirmativo, Rhaella e Jon entraram no barco, navegando com determinação. À medida que se aproximavam da ilha, a expectativa crescia. O brilho que Jon havia visto agora era mais intenso, refletindo a luz do sol de maneira hipnotizante.
Quando finalmente tocaram a areia da ilha, Jon saltou para fora, seguido por Rhaella. Eles se dirigiram para a fonte do brilho e, ao chegarem perto, encontraram um artefato antigo, uma espécie de cristal com inscrições em Valiriano.
— O que é isso? — perguntou Rhaella, claramente fascinada.
Jon examinou o cristal, sentindo uma energia pulsante que emanava dele. — Não tenho certeza, mas pode ser algo poderoso. Um legado dos nossos antepassados.
Daenerys e Aemon logo se juntaram a eles, atraídos pelo brilho.
— O que você encontrou? — perguntou Daenerys, seus olhos arregalados de curiosidade.
— Um cristal antigo. Parece ter algum tipo de magia, — respondeu Jon, segurando-o com cuidado.
Aemon se aproximou, seus olhos se estreitando enquanto estudava as inscrições. — Estes símbolos podem conter segredos que não entendemos completamente. Precisamos ter cuidado.
Jon sentiu uma onda de responsabilidade, a certeza de que este era apenas o começo de uma jornada que poderia definir o destino dos Targaryen. Ele olhou para seus companheiros, cada um carregando suas próprias esperanças e medos.
— Vamos levar isso conosco. Precisamos descobrir o que ele significa e como pode nos ajudar. A jornada para reivindicar nosso lugar no mundo apenas começou.
Com isso, o grupo se preparou para retornar ao barco, o cristal brilhando em suas mãos, simbolizando não apenas um legado, mas também a promessa de um futuro cheio de possibilidades. Eles estavam prontos para enfrentar o que viesse a seguir, juntos, como uma verdadeira casa Targaryen.
Robb Stark estava reunido em seu Grande Salão de Winterfell, cercado por seus vassalos. A atmosfera era tensa, cada um dos homens presentes ciente do peso dos tempos que se aproximavam.
Entre eles estavam:
Lorde Greatjon Umber Lorde Wyman Manderly Lorde Rickard Karstark Lorde Howland Reed Lorde Roose Bolton Lorde Helman Tallhart Lorde Galbart Glover Lorde Lucam Tarth Senhora Lyanna Mormont Eddard Stark
Enquanto discutiam a situação da guerra, o maestre Luwin entrou apressadamente, segurando uma carta que parecia queimada nas mãos.
— Senhores e senhoras, — anunciou Luwin, sua voz trêmula, — uma mensagem de Jon Snoww.
Os olhares se dirigiram para a carta, e Robb sentiu seu coração apertar. Com um gesto, pediu a Luwin que lesse em voz alta.
O mestre começou:
— "Aos Senhores e Senhoras dos Sete Reinos, eu, Aemon Targaryen, renuncio ao nome Targaryen e declaro a independência dos Sete Reinos.
Para a Casa Tully, sua traição é evidente. Qualquer vassalo que retirar a Casa Tully do Castelo Correrrio será o novo Rei das Terras Fluviais.
Para a Campina, que ficou sob cerco por um ano, qualquer um que expulse esses traidores de Jardim de Cima será o novo Rei da Campina.
E você, meu tio Eddard Stark, seu traidor, escolheu seu melhor amigo em vez do próprio sangue. Você se sentou no Trono de Ferro do meu verdadeiro irmão, Aegon Targaryen. Você, tio, é um tolo se acredita que os Sete Reinos sobreviverão sem um dragão no Trono de Ferro.
Que comece o caos."
O salão ficou em silêncio, as palavras de Jon pesando no ar. Os vassalos trocavam olhares de incredulidade e preocupação.
Robb sentiu uma fúria crescente, misturada com tristeza. Seu irmão, o menino que ele havia amado e protegido, agora se tornaria um inimigo. Ele olhou para Eddard, buscando explicações, mas encontrou apenas choque.
— O que devemos fazer? — perguntou Lorde Rickard, quebrando o silêncio.
— Precisamos nos unir — respondeu Robb, firme. — Não podemos deixar que isso nos divida. Precisamos de um plano.
O murmúrio começou entre os senhores, enquanto a sombra da ameaça pairava sobre eles como uma tempestade iminente.
Robb sabia que a batalha estava apenas começando, e a lealdade de todos seria testada como nunca antes. O futuro de Winterfell e de Westeros dependia das decisões que tomariam a partir daquele momento.
— Pai, é verdade o que Jon disse? — perguntou Robb, preocupado.
Eddard, com um semblante grave, confirmou:
— Sim, eu nunca quis que Jon assumisse o Trono de Ferro.
Arya, indignada, interveio:
— Você quer que ele morra, mãe? Que tipo de pessoa é você?
Todos se voltaram para ela, surpresos.
Catelyn desviou o olhar, envergonhada.
Eddard, decepcionado, disse:
— Estou muito decepcionado com você, Catelyn. Orar pela morte de uma criança... Que tipo de mulher você é?
Catelyn, defensiva, retorquiu:
— Você sabia que eu nunca aceitaria um bastardo em minha casa!
Robb, sentindo a tensão, disse:
— E esse é o motivo para desejar que Jon morra?
Catelyn ficou em silêncio, incapaz de responder.
— Não importa. Temos uma aliança com o Vale — afirmou Robb, decidindo mudar de assunto.
Harrold Hardyng, o Rei do Vale, se levantou, determinação em seu olhar.
— Senhores e senhoras do Norte, enfrentamos uma ameaça à nossa independência.
Todos os presentes escutaram com atenção.
Robb, assumindo a liderança, disse:
— Recebo informações de que Renly Baratheon está em Ponta Tempestade, e Stannis Baratheon se enfrenta em um Julgamento de Sete diante dos septões.
Eddard, ansioso, perguntou:
— Quem ganhou?
— Stannis venceu, derrotando seu irmão, mas ele não foi morto; foi preso — respondeu Robb.
Harrold acrescentou, com gravidade:
— Ouvi que Renly atacou Stannis com uma facada escondida e foi morto.
Robb, preocupado, disse:
— Precisamos salvar Shireen Baratheon.
Harrold Hardyng respondeu:
— Tarde demais. Um navio da Casa Targaryen retirou-se da Pedra do Dragão, levando-a para o Oeste, junto com os bastardos de Robert.
Robb, angustiado, perguntou:
— E agora, o que aconteceu?
Harrold explicou:
— A Casa Velaryon e a Casa Celtigar deixaram Westeros. Estão indo para o Oeste após a morte de Adrian Celtigar. Todos levaram o bastardo de Robert e a semente de dragão para a Luz Solitária.
Eddard, alarmado, comentou:
— Ele está retirando o sangue valiriano de Westeros.
Mestre Luwin, com um tom sombrio, disse:
— A cometa vermelha é um sinal de que os dragões retornaram.
Eddard, preocupado, questionou:
— E agora, o que faremos?
— Por enquanto, nada. Já procurei homens para buscar a Companhia da Rosa e o Wolf Pack — respondeu Robb.
Harrold Hardyng perguntou:
— Eles aceitam?
Robb confirmou:
— Sim. Uma frota de navios está vindo para o Norte.
Todos os vassalos comemoraram, um misto de colapso e esperança.
Eddard perguntou:
— Quantas pessoas?
Robb respondeu:
— Não sei. Espero que sejam muitos. Foi a escolha certa para mim declarar o Rei do Norte.
Eddard, pensativo, disse:
— Com os Baratheon mortos e Shireen sendo levada para o Oeste, precisamos nos preparar.
Robb olhou para os vassalos e declarou:
— Vamos arrumar o Moat Cailin e criar uma frota de navios.
Ele fez um gesto para que Wyman Manderly se aproximasse.
— Lord Wyman Manderly, eu o nomeio Mestre dos Navios.
Todos olharam surpresos.
Lord Wyman, emocionado, disse:
— Obrigado pela honra, Vossa Graça.
Robb, com firmeza, chamou:
— Lord Roose Bolton, venha para frente.
Roose inclinou-se respeitosamente:
— Vossa Graça.
Robb continuou:
— Eu nomeio você Mestre dos Sussurros. Espero sua lealdade ao Norte e ao nosso povo.
Roose Bolton respondeu:
— Sim, Vossa Graça.
Robb então chamou:
— Lady Maege Mormont, venha para frente.
Maege se aproximou.
Robb disse:
— Lady Maege Mormont, eu a nomeio como Mestre das Moedas.
Ele fez uma pausa e acrescentou:
— Precisaremos de uma Guarda Real e uma Mão do Rei.
Robb, olhando para Mestre Luwin, disse:
— Mestre Luwin, eu o nomeio Grande Mestre.
Luwin, agradecido, respondeu:
— Obrigado, Vossa Graça.
Robb, com um olhar sério, continuou:
— Eddard Stark, eu o nomeio Mão do Rei.
Eddard ficou surpreso.
Robb explicou:
— Mesmo você errando, pai, ainda é um homem de honra. Não levarei isso para o lado pessoal; não retornarei o Norte para você, a não ser que os senhores e senhoras queiram.
Eddard respondeu:
— Não se preocupe, eu não sirvo para ser Rei, mas aceito ser Mão do Rei.
Robb, determinado, afirmou:
— Precisaremos de um mestre das leis e um Senhor Comandante para a Guarda Real.
Robb continuou:
— Vamos escolher isso depois. Ao contrário da Guarda Real do Sul, no Norte, a Guarda Real pode se casar e ter filhos. Eles formarão suas famílias aqui, no coração da Casa Stark.
Robb então anunciou os nomes:
— Eddard Stark, Mão do Rei.
— Grande Mestre Luwin.
— Mestre de Moedas, Lady Maege Mormont.
— Mestre dos Sussurros, Lord Roose Bolton.
— Mestre dos Navios, Lord Wyman Manderly.
Ele finalizou:
— Falta o mestre das leis e o Senhor Comandante da Guarda Real.
Harrold Hardyng, levantando-se, disse:
— Muito bem, senhores e senhoras, estou indo para o Vale, cuidar do meu reino.
Robb se pronunciou da cadeira, seu lobo ao seu lado:
— Cuidado com os Lannister e com minha irmã.
Harrold respondeu:
— Claro, não se preocupe.
Ele então acrescentou:
— Ah, quase me esqueci. Podem trazê-la.
Seus homens trouxeram Lysa.
Todos olham para Harrold.
Catelyn, alarmada, questionou:
— O que aconteceu com minha irmã? Explique-se, Harrold Hardyng!
Harrold virou-se para a mãe do Rei do Norte e disse, com frieza:
— Cuidado, Tully. Não sou seu vassalo, muito menos seu amigo.
Catelyn recuou, surpresa.
Robb, com autoridade, pediu:
— Chegue, Rei Harrold Hardyng. Explique, por favor.
Harrold começou a contar o que aconteceu, com voz firme.
Todos os vassalos de Robb ficaram em silêncio, tensionados.
Robb, preocupado, perguntou:
— E o filho dela, onde está?
Harrold respondeu:
— Está no Correrrio, sendo criado pelo avô.
Catelyn abriu a boca para falar, mas foi interrompida.
Eddard Stark, firme, disse:
— Ela traiu meu pai adotivo e merece morrer por isso.
Catelyn, em desespero, protestou:
— Não!
Eddard, impassível, continuou:
— Ela matou meu pai adotado. O amante dela o ajudou a matar.
Robb, tentando apaziguar, disse:
— Chega, pai. Mesmo que eu concorde, não quero que sua relação com a mãe se acabe por causa disso. Ela será enviada para as Irmãs Silenciosas de Vila Velha.
Catelyn, com lágrimas nos olhos, implorou:
— Robb, não!
Robb, firme, respondeu:
— Silêncio!
Catelyn, em desespero, disse:
— Eu nunca irei perdoá-lo por isso.
Robb, exasperado, retorquiu:
— Você é idiota, mãe?
Todos olharam surpresos.
Harrold, com desdém, comentou:
— Se fosse qualquer rei, a cabeça dessa mulher já estaria rolando.
Robb, mantendo a calma, disse:
— Está certo, Rei Harrold Hardyng. O que estou dando a ela é um ato de esperança. Você deveria me agradecer por isso, mãe.
Robb, decidido, concluiu:
— Agora basta. Ou você aceita isso, ou juro que ela será punida por traição.
Catelyn, com lágrimas, aceitou:
— Eu aceito sua decisão, Rei do Norte.
Robb, aliviado, afirmou:
— Pois bem, a reunião acabou. Vamos fazer um banquete para comemorar nossa aliança com o Vale.
Após o banquete, Harrold Hardyng e seus homens se despediram e partiram para o Porto Branco, onde uma frota da Casa Arryn os aguardava, navegando em direção à Vila Gaviota.
Harrold desceu do navio e subiu para o Ninho da Águia, determinado a enfrentar os desafios que o aguardavam.