Poder Oeste de Westeros

Chapter 9: Em Buscar de um velho Dragão



No Grande Septo de Baelor

Sob os olhares ávidos da multidão e do Rei Joffrey, Eddard Stark confessou um crime de traição que nunca cometeu, na esperança de que sua humilhação pública garantisse a segurança de suas filhas e o exílio na Muralha.

Atrás das cortinas, Jon utilizou um feitiço antigo — conhecimento extraído dos tomos valirianos que descobrira em Asshai. Murmurou palavras em línguas esquecidas, seus olhos brilhando com uma energia etérea. O feitiço se infiltrou na mente do jovem e impulsivo Joffrey, incitando nele um senso de "justiça divina" em vez de sua habitual crueldade.

— Deixe-o viver. Ele será mais útil como um juramentado na Muralha do que como um cadáver — Jon sussurrou, suas palavras ecoando nos pensamentos do rei.

Para surpresa de todos, Joffrey acenou com a mão, perdoando a vida de Eddard Stark e ordenando que ele fosse enviado à Patrulha da Noite.

Chegada a Pedra do Dragão

A pequena embarcação atracou na praia rochosa. Jon desceu em silêncio, a expressão tão endurecida quanto a pedra negra do castelo à sua frente. A fortaleza estava abandonada, mas ainda conservava sua aura imponente. Ecos de passos e murmúrios de gerações passadas pareciam agarrar-se às paredes.

Com uma tocha em mãos, Jon adentrou os corredores escuros, dirigindo-se diretamente à biblioteca, onde ouvira falar dos tesouros de conhecimento armazenados. Ao empurrar as portas pesadas, o cheiro de pergaminho antigo e poeira o envolveu.

O navio balançava suavemente com as ondas enquanto Jon, Rhaella e Daenerys observavam Pedra do Dragão ao longe. A silhueta da fortaleza ancestral era uma mancha escura contra o céu nublado, imponente e isolada. O vento carregava um ar salgado e uma tensão palpável.

Jon estava focado, os olhos fixos no objetivo. Ele virou-se para Rhaella e Daenerys, suas vozes firmes.

— Vocês ficarão aqui por enquanto. Preciso garantir que o local esteja seguro antes de vocês pisarem na Pedra do Dragão.

Rhaella, embora relutante, assentiu. Daenerys segurou o braço do sobrinho por um momento.

— Só uma vez, Jon. E com boas notícias.

Jon respondeu com um leve sorriso antes de se concentrar.

A Escada de Fogo

Ele estendeu as mãos, murmurando palavras de poder em Valiriano antigo, moldando chamas no ar diante dele. As chamas começaram a dançar, formando degraus sólidos, subindo elegantemente em direção à costa distante.

Para qualquer observador desavisado, aquilo não passaria de uma ilusão: Jon manipulava a magia para esconder a escada. À vista de fora, o espaço parecia vazio, apenas um vazio entre o navio e as pedras da costa.

— Queime para mim, mas não revele sua luz — Jon sussurrou, fixando a ilusão.

Ele testou os degraus, pisando na primeira superfície flamejante. Quando teve certeza de sua estabilidade, começou a subir, degrau por degrau, em direção à ilha.

Caminhando até a Pedra do Dragão

O calor era intenso ao seu redor, mas Jon não hesitou. Cada passo o aproximava mais do destino, e a magia do colar de rubis em seu pescoço parecia vibrar com o poder da escada. Ele sentiu a antiga conexão dos Targaryen com o fogo se fortalecer dentro de si.

Finalmente, alcançou a costa rochosa da Pedra do Dragão. O som das ondas quebrando contra as pedras ecoava ao seu redor. Jon olhou para trás; do navio, uma escada invisível, protegida pela magia.

"Que Stannis e qualquer outro pensem que esse lugar está vazio. Não darei ao inimigo a chance de antecipar meus movimentos."

Com um gesto sutil, ele dissipou a escada de fogo, as chamas se apagaram como se nunca existissem.

A Entrada na Fortaleza

Adentrando a trilha que levava ao castelo, Jon murmurou outra prece em Valiriano, ativando a proteção do colar. Sua missão era clara: garantir que a Pedra do Dragão fosse segura para ele, Rhaella e Daenerys. Ele sabia que o castelo guardava segredos e perigos, mas os enfrentaria com a coragem de quem nasceu para o fogo e o sangue.

Dentro em breve, o trio Targaryen chamaria a Pedra do Dragão de lar novamente — e seria daí que eles reacenderiam o legado de sua casa.

O Encontro com o Legado

Pilhando cuidadosamente, Jon encontrou o que procurava: livros sobre dragões, magia de sangue e até sobre o uso de rubis encantados para armazenar poder. Após horas de busca, ele descobriu um cofre selado no coração da fortaleza. Usando sua força e um pouco de técnica, o cofre revelou três ovos. Eram lindos, com uma aparência ancestral: um negro como carvão, outro dourado com toques vermelhos, e o último esverdeado como musgo antigo.

O Colar de Rubis

Jon sabia que precisaria examiná-los, mas também de um meio de carregar os segredos ocultos. Usando um dos feitiços descritos nos livros, ele encantou o colar de rubis que carregava desde seu tempo em Valíria. O rubi, brilhando como fogo vivo, tornou-se o receptáculo de sua herança. Com cuidado, ele vinculou o conhecimento e a essência mágica dos livros e dos ovos ao colar.

Agora, Jon não apenas carregava a memória de sua casa; ele era o guardião do futuro dela.

De volta à costa, Jon olhou para trás, observando a Pedra do Dragão desaparecer no horizonte conforme o barco partia. Ele não tinha dúvidas: o mundo ainda não estava preparado para o que ele traria.

"Que o fogo e o sangue os ensinem a lembrar."

A Navegação para o Norte

Rhaella observou Jon, preocupações profundas em seus olhos.

— Você já esteve em Velha Valíria? — perguntou, a incredulidade misturada com preocupação.

Jon confirmou, sua expressão séria.

— Estive, avó. Não foi fácil, mas o que encontrei lá me deu respostas... e mais perguntas. Velha Valíria ainda guarda segredos, mas não é para onde vamos agora.

Ele fez uma pausa, olhando para o horizonte.

— Nosso destino é a Muralha. Vamos salvar meu tio-avô Aemon antes que seja tarde demais.

Daenerys, que ouvira em silêncio, franziu a testa.

— Ó Mestre Aemon? Ele não escolheu ir para a Muralha?

Jon balançou a cabeça lentamente.

— Ele escolheu, mas as coisas mudaram. Ele é velho e frágil, e as condições na Muralha são severas demais para ele agora. Ele precisa de nós, Daenerys.

Rhaella colocou uma mão no ombro de Jon, os olhos cheios de uma mistura de preocupação e orgulho.

— Você tem um coração bondoso, Jon. Mas me diga, o que você espera encontrar quando chegar lá?

Jon respirou fundo, ponderando sua resposta.

— Planejo tirá-lo de lá. Ele serviu à Patrulha da Noite por décadas, e agora é hora de ele descansar cercado pela família.

Rhaella assentiu lentamente.

— Então vamos para a Muralha. Mas, Jon, eu imploro... deixe a magia de sangue para outro momento. Agora, concentre-se no que realmente importa: traga seu tio-avô para casa.

Jon hesitou, mas a intensidade no olhar de sua avó o fez ceder.

— Por enquanto, avó. Só por enquanto.

O navio alterou seu curso, deixando Velha Valíria e o Sul p para trás. Agora, navegavam para o norte, rumo ao frio da Muralha, onde uma missão de resgate aguardava.


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