Conhecimento

Chapter 13: GUERRA



Ned Stark estava sentado em sua cela fria, a solidão envolvendo-o como um manto pesado. Cada lembrança ecoava em sua mente como um sussurro distante, um eco de um passado que parecia cada vez mais remoto. Ele traçou com os dedos a gravura do lobo em sua mão, lembrando-se de como a Casa Stark se erguera firme como a montanha mais alta do Norte. Agora, aquele símbolo de força e dignidade se transformara em um fardo insuportável que pesava em seus ombros.

Do lado de fora das paredes que o aprisionavam, Catelyn estava consumida por um ódio que a tornava quase irreconhecível. A dor pela captura de Ned queimava dentro dela, mas o amor pela família ainda ardia intensamente em seu coração. Ela sabia que precisava agir, mas a raiva a ofuscava, tornando cada decisão uma batalha interna.

Benjen, em um pequeno salão, reunia os líderes dos clãs do Norte. O ar estava pesado com a tensão da incerteza e a expectativa do que estava por vir. Ele sentia que a situação estava se tornando insustentável, como uma tempestade prestes a eclodir. "O Norte não esquecerá", disse, sua voz firme e resoluta, reverberando como um chamado à resistência. "As ofensas não ficarão impunes. Cada Stark que cai em desgraça será vingado com a fúria de um lobo. E a hora da vingança se aproxima."

Os senhores do Norte, com suas barbas grisalhas e olhares determinados, murmuraram concordâncias. Entre eles, havia um desejo profundo por ação, por sangue e revanche. "A guerra está no horizonte", proferiu um dos senhores, a gravidade de suas palavras ecoando no salão. "Mas não podemos ser apressados. A paciência é nossa aliada. Que os inimigos se sintam seguros enquanto nós nos preparamos."

Benjen concordou, o peso da responsabilidade em seus ombros. "Cada homem que erguer uma espada contra nós será lembrado. O Sul queimará como a fúria do inverno avança. Mas devemos nos unir, pois as casas que se tornarem nossas aliadas e as que se opuserem terão seu destino selado."

Enquanto isso, em sua cela, Ned pensava em seus filhos. A dor de sua captura e a ansiedade pela segurança de Robb, Sansa, Arya, Bran e Rickon eram uma tempestade que nunca cessava. Ele se perguntava se ainda havia alguma maneira de salvá-los, se ainda havia esperança para a Casa Stark. A imagem de cada um deles preenchia sua mente, e a preocupação tornava-se um peso esmagador.

Os dias passaram, e as notícias sobre os planos de Benjen começaram a circular, atingindo ouvidos atentos nas terras do Norte. Os homens, armados com a ideia de que a hora da ação estava próxima, começaram a se reunir. O lobo não havia morrido, e os corcéis do Norte relinchavam, ansiosos pela guerra que se avizinhava.

As sombras começaram a se mover, e o destino de todos seria decidido em meio à neve e ao sangue.

No entanto, a esperança de Ned parecia mais uma lembrança distante. Mas um sussurro de algo maior percorria Winterfell. Além das muralhas, Catelyn e Benjen avançavam com planos para restaurar a honra e a segurança da família, cada um buscando aliados de maneiras que, embora distintas, convergiam. Catelyn, com o fervor de uma mãe e esposa enlutada, decidiu que sua busca por aliados deveria envolver não só promessas de poder, mas de justiça e vingança — algo que o povo simples do Norte poderia entender e apoiar.

Paralelamente, Benjen, reunido com os líderes dos clãs, compreendeu que precisava mais do que força e fúria: ele precisava de uma liderança unificada e de um plano claro. Seu discurso aos senhores do Norte, repleto de promessas e da lembrança dos laços de sangue, começou a forjar uma rede de alianças e juramentos. Cada líder, tocado pela urgência do momento, prometeu apoio e jurou defender o nome Stark até o último suspiro.

Nas sombras de Winterfell, no entanto, outras ameaças se erguiam. Espiões das terras do Sul, atentos aos movimentos da Casa Stark, infiltraram-se, trazendo sussurros de traição. Entre eles, um agente do Vale, desconhecido dos Starks, estava incumbido de sabotar os planos de Benjen.

Enquanto isso, uma aliança inesperada se formava em segredo: Lady Maege Mormont, determinada a restaurar a glória do Norte, ofereceu-se para liderar uma força de ataque inicial. Seu plano era atacar um forte próximo, onde um pequeno contingente de soldados Lannister realizava patrulhas constantes. Benjen e Maege concordaram que este ataque poderia ser a faísca que reuniria ainda mais clãs.

Ned, em sua cela, começou a perceber uma agitação crescente entre os guardas e rumores que o enchiam de uma esperança cautelosa. Em seu coração, ele sabia que o lobo do Norte não estava domado e que o espírito de sua família ainda rugia nas terras frias de Winterfell. Contudo, qualquer movimento em falso poderia colocar todos em risco. Ele orou em silêncio para que seus irmãos e sua esposa conseguissem unir o Norte sem expor sua família ainda mais ao perigo.

No salão das reuniões, Benjen deu a ordem para avançar na primeira ofensiva. À medida que os guerreiros do Norte se preparavam para o combate, um vento gelado cortava o ar, como um aviso silencioso de que a guerra seria longa e árdua. As tochas eram acesas, e os homens empunhavam suas espadas, jurando lutar até o último alento.

O Norte se levantaria. E dessa vez, não haveria pazz.

FIM


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