Chapter 12: Deuses em Nova Valiria Parte I
Maegor II Targaryen e o Banquete Imperial
Maegor estava se preparando para o banquete com sua verdadeira família. Ele se olhou no espelho, analisando sua aparência. Vestia roupas negras: botas de couro pretas, uma camisa preta com o símbolo do dragão de três cabeças bordado no peito, uma capa preta onde o mesmo símbolo era em branco, e calças pretas combinando.
Seus olhos violetas brilhavam intensamente, refletindo determinação e poder. O cabelo louro-prateado, típico de sua linhagem valiriana, estava perfeitamente arrumado. Ele respirou fundo, ajustando a capa com um gesto que exalava confiança.
Na sala, sua avó e esposa, Rhaella, aguardava. Vestia um vestido vermelho deslumbrante que destacava suas feições, complementado por saltos negros elegantes. Ela caminhou até Maegor, aproximando-se silenciosamente, e o abraçou por trás, mordiscando suavemente sua orelha.
Rhaella: "Se não fosse o banquete, eu juro que o colocaria na cama e ordenaria que me destruísse completamente."
Maegor: "Quando tudo terminar... a Casa Stark vai pagar. Assim que você der à luz, juro que teremos muito mais tempo só para nós dois."
Rhaella colocou a mão em sua barriga de seis meses, transmitindo uma mistura de amor e expectativa.
Rhaella: "Agora que a Companhia da Rosa recuperou o Norte e Torrhen Stark, o descendente do Rei que se ajoelhou, reconquistou suas terras..."
Maegor: "Estou pensando em levar Harrenhal para a nova Valíria."
Rhaella: "E por que você iria tomar o castelo de Harrenhal para esta nova Valíria?"
Neste momento, Viserys Targaryen entrou no quarto, interrompendo a conversa.
Viserys: "Estamos prontos."
Outros membros da família chegaram: Daenerys Targaryen, Aurane Velaryon, Lucy Qoherys, Rennifer Longwaters, Lorde Ardrian Celtigar, Shireen Baratheon, Gendry Baratheon, acompanhado de sua esposa Mya Stone, agora Mya Baratheon, e Sineta Baratheon com Edric Baratheon.
Todos estavam vestidos em trajes luxuosos: preto, vermelho, verde, azul ou cinza. Seus acessórios de ouro – pulseiras e anéis – brilhavam à luz das tochas.
Maegor: "Vamos para o banquete."
Todos: "Sim."
Maegor deixou o quarto acompanhado por sua Guarda Imperial Vermelha. Caminharam pelos corredores em direção ao Grande Salão. O espaço era imponente, repleto de colunas de mármore polido, piso de madeira refinada, quadros decorados com folhas de ouro e estátuas representando dragões, vermes de fogo e símbolos lendários.
O arauto anunciou com voz firme:
Arauto: "Atenção! A família imperial está entrando!"
Todos no salão se levantaram, reverenciando Maegor II Targaryen. Ele era muito mais do que um imperador; ostentava títulos que reforçavam sua grandiosidade: Governador dos Valirianos, Roinares e Homens das Sombras, Protetor de Valíria e Essos, Salvador de Valíria, Guardião dos Povos Livres, Azor Ahai renascido, e Pai dos Dragões.
O ambiente permaneceu em silêncio absoluto enquanto os passos do imperador ecoavam pelo salão. Nobres das Cidades Livres – Lys, Pentos, Qohor, Norvos, Myr, Tyrosh, Volantis e Lorath – se levantaram, usando peles finas e joias de ouro. Representantes de Bravos, do Reino de Ibben e das Ilhas de Verão fizeram o mesmo, acompanhando a entrada triunfal.
Na mesa destinada aos nobres de Westeros, havia tensão. Robb Stark, trajando cinza com uma capa preta e detalhes de um lobo, foi acompanhado por sua esposa Jeyne Westerling, Sansa, Arya, Bran e Rickon. Cada um usava roupas com detalhes que representavam a Casa Stark. Catelyn Stark, porém, permanecia sentada, o rosto firme e desafiador.
Eddard Stark: "Catelyn, levante-se agora mesmo. Não estamos no Norte, e isso é um desrespeito à autoridade do imperador."
Catelyn: "Eu não vou me levantar para ele."
Eddard: "Levante-se agora mesmo! Você está nos envergonhando."
Ela hesitou, mas o olhar atento dos guardas imperiais foi suficiente para fazê-la reconsiderar. Um deles avançou, a mão na espada.
Guarda Imperial: "Não se levantar para o imperador é um insulto ao mais alto nível."
Sor Brynden Tully dirigiu-se à sua sobrinha:
Brynden: "Levante-se agora mesmo, garota. Peço desculpas em nome da minha sobrinha."
Relutante, Catelyn se levantou, enquanto os demais nobres de Westeros seguiam o exemplo.
Então, Maegor entrou no salão, acompanhado de sua família e seus dragões. Ele caminhava com autoridade, exalando força. Seu dragão verde, com escamas de um verde escuro, cor de musgo profundo, e olhos cor de bronze, o seguia. O imponente dragão deu uma volta pelo salão antes de se deitar próximo ao trono.
Cada membro da família imperial chegou com seu dragão, que assumiu posições ao redor do salão, impressionando ainda mais os presentes. Maegor subiu as escadas e sentou-se no Trono de Valíria.
No centro do salão, treze sacerdotes valirianos conjuraram uma magia. Uma chama colossal surgiu, subindo até o teto, iluminando o espaço com uma luz vibrante. A chama tomou forma humana.
Deuses Valirianos: "Hoje, pela primeira vez na história, os Deuses Valirianos descem ao plano mortal para abençoar este banquete. Este é um dia único e glorioso."
Os presentes observaram, em estado de choque, enquanto os deuses assumiam formas humanas. O ambiente parecia congelar no tempo.
Sacerdotes: "Os deuses nos abençoaram! Este dia será lembrado para sempre na história de Valíria!"
Capítulo II: O Banquete dos Deuses
O salão estava imerso em uma atmosfera carregada de reverência e deslumbramento. Os nobres de Valíria, adornados com suas mais finas vestes e joias de ouro, estavam paralisados diante da manifestação divina. O ar tornara-se denso, como se o próprio céu estivesse se inclinando sobre a terra. Cada olhar era de total incredulidade enquanto os Deuses Valirianos, com suas formas imponentes, começavam a caminhar entre os mortais.
Balerion, o Deus do Fogo e da Destruição, erguia-se como uma sombra colossal. Sua presença aquecia o ar, fazendo o chão tremer a cada passo. Os nobres recuavam, temendo que sua chama devorasse tudo o que tocasse. Seu olhar dourado refletia uma frieza predatória, um poder que nenhum mortal poderia compreender.
Meraxes, a Deusa da Estratégia e da Vitória, com sua forma prateada e olhos verdes como esmeraldas, caminhava ao lado de Balerion. Sua presença era imponente, mas diferente; a precisão de seus movimentos revelava uma mente que havia calculado tudo com maestria. Ela não precisava de fogo ou destruição para impor seu domínio; seu poder era da sabedoria e da antecipação.
Vhagar, a Deusa do Tempo e da Eternidade, pairava acima dos outros, suas escamas bronzeadas reluzindo como se carregassem o peso de mil eras. Seus olhos azuis profundos pareciam guardar os segredos do universo, e cada movimento seu deixava um rastro de memórias, como se o tempo se dilatasse ao seu redor. Ela não caminhava, flutuava, levando consigo os ecos de todas as épocas passadas.
Syrax, a Deusa da Prosperidade e Fartura, não estava no centro do salão. Sua forma dourada refletia a luz das velas acesas, e seus olhos âmbar irradiavam uma sensação calorosa de bem-aventurança. Suas asas brilhavam como campos de trigo ao vento, fazendo os nobres sentirem um desejo crescente por riqueza e abundância, como se tudo que tocassem fosse agora garantido pela sua bênção.
"Este é um momento divino," murmurou um sacerdote, os olhos marejados de lágrimas diante da grandiosidade da cena. "Nunca antes Valíria conheceu um acontecimento como este."
Enquanto isso, os deuses secundários observavam com intensidade, suas presenças menos opressivas, mas igualmente poderosas. Shrykos, o Deus da Juventude e do Vigor, se aproximava de um grupo de jovens nobres. Seus olhos cintilavam como o sol nascente, e uma força invisível parecia impulsioná-los em direção à juventude eterna.
Vermax, o Deus da Sabedoria e do Conhecimento, estava próximo a um círculo de magos e estudiosos. Seus olhos refletiam as estrelas e o cosmos, como se tivesse uma visão infinitamente mais vasta do que qualquer mortal poderia compreender. Ele não falava, mas a cada olhar, novas ideias nasciam nas mentes dos eruditos, segredos milenares sendo desvendados.
Caraxes, o Deus da Ira e da Justiça Selvagem, posicionou-se ao lado de guerreiros e juízes. Seu olhar flamejante parecia analisar cada um deles, medindo suas virtudes e faltas. A tensão aumentava, como se sua presença trouxesse a inevitabilidade de uma instabilidade que, se fosse necessária, seria realizada sem misericórdia.
Os 14 Deuses Originais observavam, suas manifestações mais sutis, mas não menos poderosas. Drakarys, o Deus do Céu e dos Ventos, movia-se silenciosamente entre os cantos do salão, sua presença quase etérea. Vaeryna, a Deusa da Magia e do Destino, exibia uma aura de mistério, seus olhos prateados revelando os destinos dos que estavam ao seu redor.
Kraelys, o Deus das Trevas e do Submundo, envolvia-se em uma sombra intransponível, seus olhos opacos observando cada alma presente com uma indiferença gelada. Aelyth, a Deusa do Amor e do Sacrifício, olhava para os casais e alianças, seu olhar suave e compassivo. Thalerys, o Deus da Terra e dos Vulcões, erguia-se com força, sua presença um lembrete do poder indomável da natureza. Nyserion, o Deus da Ordem e da Governança, estava no centro, com um olhar que vislumbrava a harmonia do universo, mantendo o equilíbrio entre todos os aspectos da criação.
As vitórias dos deuses se estendiam como um véu sobre Valíria, e a grandiosidade do momento era palpável. O banquete continuava, mas nada mais importava. Os Deuses Valirianos estavam presentes, e o destino de Valíria estava, de alguma forma, sendo reescrito diante de seus olhos.
Meraxion, o Deus da Sabedoria e da Visão, uma figura de beleza andrógina, com longos cabelos prateados que refletiam as luzes ao redor, observava com um sorriso discreto. "Força não é suficiente," disse ele, sua voz serena e afiada como uma lâmina. "A verdadeira vitória vem da mente, da habilidade de antecipar e manipular o futuro. Quem entre vocês pode provar que possui a visão para vencer sem batalha? Este é o verdadeiro teste."
Com um movimento delicado, um mapa tridimensional de Valíria surgiu no ar, brilhando com uma luz prateada. Cada nobre foi desafiado a traçar uma estratégia para expandir o império, enfrentando inimigos invisíveis, traidores na corte e recursos limitados. O peso das decisões revelava as mentes mais aguçadas.
Vhagor, o Senhor da Guerra e da Força, um guerreiro imponente com armadura negra ornamentada e olhos como chamas alaranjadas, declarou com uma voz firme e ressonante: "Domínio é força. Aqueles que não conseguem proteger sua terra e seu povo não merecem governar."
Ele desafiou os nobres a simularem batalhas estratégicas em uma arena mágica, onde ilusões de exércitos e dragões testavam sua liderança e coragem.
O salão estava imerso em uma atmosfera carregada de reverência e deslumbramento. Os nobres de Valíria, adornados com suas mais finas vestes e joias reluzentes, estavam paralisados diante da manifestação divina. O ar se tornara denso, como se o próprio céu estivesse se inclinando sobre a terra. Cada olhar refletia total incredulidade enquanto os Deuses Valirianos, imponentes e majestosos, começavam a caminhar entre os mortais.
Balerion, o Deus do Fogo e da Destruição, se erguia como uma sombra colossal, sua presença aquecendo o ambiente. Cada passo fazia o chão tremer, e os nobres recuavam, temendo que suas chamas devorassem tudo. Seu olhar dourado observava com uma frieza predatória, refletindo um poder que nenhum mortal poderia compreender.
Meraxes, a Deusa da Estratégia e da Vitória, com sua forma prateada e olhos verdes como esmeraldas, caminhava ao lado de Balerion. Sua presença era imponente, mas carregava uma segurança tranquila; cada movimento parecia ser o resultado de uma mente que havia calculado tudo com maestria. Ela não precisava de fogo ou destruição para impor seu domínio; seu poder era da mente, da sabedoria e da antecipação.
Vhagar, a Deusa do Tempo e da Eternidade, pairava acima dos outros, suas escamas bronzeadas reluzindo como se carregassem o peso de mil eras. Seus olhos azuis profundos pareciam guardar os segredos do universo, e cada movimento deixava um rastro de memórias, como se o tempo se dilatasse ao seu redor. Ela não caminhava, flutuava, trazendo consigo os ecos de todas as épocas passadas.
Syrax, a Deusa da Prosperidade e Fartura, brilhava em seu vestido dourado, refletindo a luz das velas. Seus olhos âmbar irradiavam uma calorosa sensação de bem-aventurança. Suas asas pareciam campos de trigo ao vento, e os nobres começaram a sentir um desejo crescente por riqueza e abundância, como se tudo que tocassem fosse agora garantido pela sua presença.
"Este é um momento divino," murmurou um sacerdote, os olhos inchados de lágrimas diante da grandiosidade da cena. "Nunca antes Valíria conheceu um acontecimento como este."
Enquanto isso, os deuses secundários observavam com intensidade, suas presenças menos opressivas, mas igualmente poderosas. Shrykos, o Deus da Juventude e do Vigor, se manifestava entre um grupo de jovens nobres, seus olhos cintilando como o sol nascente. A energia emanava dele, renovando a força de todos ao seu redor.
Vermax, o Deus da Sabedoria e do Conhecimento, se aproximou de um círculo de estudiosos. Seus olhos refletiam o cosmos, como se tivesse uma visão infinitamente mais vasta do que qualquer mortal poderia compreender. Ele não falava, mas a cada olhar, uma nova ideia surgia nas mentes dos eruditos, revelando segredos milenares.
Caraxes, o Deus de Ira e da Justiça Selvagem, se posicionou ao lado de guerreiros e juízes. Seu olhar flamejante parecia analisar cada um deles, medindo suas virtudes e faltas. A tensão aumentava, como se sua presença trouxesse consigo a inevitabilidade da justiça que, se fosse necessária, seria realizada sem misericórdia.
Os 14 Deuses Originais observavam, suas manifestações mais sutis, mas não menos poderosas. Drakarys, o Deus do Céu e dos Ventos, movia-se silenciosamente entre os cantos do salão. Vaeryna, a Deusa da Magia e do Destino, emitia uma aura de mistério, enquanto Kraelys, o Deus das Trevas e do Submundo, estava envolto em uma sombra intransponível, seus olhos opacos observando cada alma presente com indiferença gelada.
As vitórias dos deuses se estendiam como um véu sobre Valíria, e a grandiosidade do momento era palpável. O banquete seguia, mas nada mais importava. Os Deuses Valirianos estavam presentes, e o destino de Valíria estava, de alguma forma, sendo reescrito diante de seus olhos.
Meraxion, o Deus da Sabedoria e da Visão, com sua figura andrógina e longos cabelos prateados, observava com um sorriso discreto. "Força não é suficiente," disse ele com sua voz serena e afiada como uma lâmina. "A verdadeira vitória vem da mente, da habilidade de antecipar e manipular o futuro. Quem entre vocês pode provar que possui a visão para vencer sem batalha? Este é o verdadeiro teste."
Com um gesto delicado, um mapa tridimensional de Valíria surgiu no ar, brilhando com uma luz prateada. Cada nobre foi desafiado a traçar uma estratégia para expandir o império, enfrentando inimigos invisíveis, traidores na corte e recursos limitados. O peso das decisões revelava as mentes mais aguçadas.
Vhagor, o Senhor da Guerra e da Força, se manifestou como um guerreiro imponente, sua armadura negra ornamentada e olhos como chamas alaranjadas. "Domínio é força," ele declarou, sua voz firme e ressonante. "Aqueles que não conseguem proteger sua terra e seu povo não merecem governar."
Ele desafiou os nobres a simularem batalhas estratégicas em uma arena mágica, onde ilusões de exércitos e dragões testavam sua liderança e coragem.
Nysarya, a Mãe da Vida, se aproximou dos líderes agrícolas e artesãos. "A fertilidade e a fartura de Valíria são dádivas preciosas," disse ela. "Quem entre vocês garantirá que o ciclo da vida continuará, mesmo em tempos de escassez?"
Ela trouxe sementes douradas e pediu que fossem plantadas em terras inférteis. Aqueles que conseguissem fazê-las florescer mostravam sabedoria e harmonia com a natureza.
Thraxos, o Senhor do Fogo e das Forjas, se apresentou como um homem musculoso, com pele avermelhada e cabelos negros em chamas. "Fogo é criação e destruição," declarou. "Somente aqueles que compreendem ambos os lados do fogo podem dominar seu poder."
Ele convocou os ferreiros e artesãos a forjarem algo de aço valiriano, um teste de habilidade e paciência que revelava os mais talentosos.
Aelyra, a Provedora da Terra, caminhou graciosamente pelo salão, espalhando sementes douradas sobre a mesa. "A terra é generosa, mas também exigente," disse ela. "Somente aqueles que compreendem suas necessidades podem extrair suas dádivas."
Ela conjurou um cenário mágico de uma terra devastada pela seca e exploração. Os agricultores foram desafiados a restaurar a fertilidade da terra utilizando sabedoria, criatividade e trabalho em equipe.
Os mais dignos demonstraram habilidade em reconhecer o que a terra precisava, plantando culturas que se apoiavam mutuamente e garantindo que cada recurso fosse usado de forma sustentável. Aqueles que falhavam viam suas colheitas murcharem, um lembrete de que a ganância e a negligência trazem apenas desolação.
Ao final, Aelyra sorriu para os que tiveram sucesso, sua voz cheia de esperança. "Vocês entenderam a lição. A terra floresce para aqueles que a respeitam."
Naerys, o Senhor das Marés, ergueu-se diante dos marinheiros e navegadores. "O mar é ao mesmo tempo um caminho e um inimigo," proclamou, sua voz ecoando como o trovão das ondas. "Somente aqueles que compreendem sua dança e respeitam sua fúria podem sobreviver."
Com um gesto grandioso, Naerys criou uma vastidão de águas no salão, desafiando os navegadores a guiar suas embarcações através de tempestades conjuradas. Aqueles que lutassem contra a força das águas sem estratégia naufragariam, enquanto os que respeitassem os ritmos do mar triunfariam.
O banquete continuava, mas cada palavra proferida pelos sacerdotes parecia estar imbuída de um peso cósmico. Os olhos dos Deuses Valirianos não se desviavam de ninguém, avaliando cada gesto e pensamento. O futuro de Valíria estava sendo reescrito diante de seus olhos, não apenas nas mãos de reis e generais, mas nas mãos dos próprios Deuses Valirianos.
Capítulo IV: A Coroa da Eternidade
O banquete havia sido interrompido, e agora a grande sala assemelhava-se a um campo de provas divinas. A tensão era quase palpável, com o futuro de Valíria pairando sobre os ombros de seus nobres e heróis. Mas havia algo ainda mais poderoso e misterioso em jogo, algo que nenhum mortal ousava mencionar em voz alta. No centro do salão, flutuando entre os Deuses Valirianos, repousava uma peça reluzente de poder aguardando seu momento: a Coroa da Eternidade.
A coroa, com sua forma intrincada e símbolos indecifráveis, era uma obra que transcendia o entendimento mortal. Seus metais não refletiam o brilho comum do ouro ou da prata, mas pareciam ter sido forjados diretamente das estrelas. Cristais incrustados emitiam uma luz etérea, e suas sete pontas terminavam em pedras preciosas que pulsavam com uma energia viva — rubis, safiras, esmeraldas e diamantes de tonalidades incomuns, refletindo não apenas a luz, mas a própria essência do tempo.
Dizia-se que a Coroa da Eternidade fora criada por Vaeryna, a Deusa da Magia e do Destino, em uma era em que os deuses ainda estavam em sua forma primordial, antes da ascensão dos dragões. A coroa tinha o poder de conceder ao seu portador não apenas o controle absoluto sobre Valíria, mas também influência direta sobre o fluxo do tempo e o destino das almas. Aqueles que a possuíssem seriam capazes de manipular as linhas do futuro, garantir a prosperidade eterna e assegurar que seu império jamais caísse.
Glorificada acima de todos os mortais, a coroa repousava em um pedestal feito de ouro e pedras raras, envolta em um halo de luz divina que parecia emanar de Vhagar, a Deusa do Tempo e da Eternidade. Sua presença era silenciosa, mas seu olhar azul profundo percorria cada mortal no salão, pesando suas almas, suas escolhas e, principalmente, sua capacidade de suportar tal poder.
— A Coroa da Eternidade não será dada a quem busca o poder por si só — anunciou Nyserion, o Deus da Ordem e Governança, com uma voz que ecoou pelas paredes de mármore. — Apenas aqueles com sabedoria, equilíbrio e um verdadeiro entendimento do que significa governar com justiça, amor e sacrifício serão dignos de usá-la.
Uma onda de inquietação percorreu a sala. Para muitos, a Coroa representava o auge de seus sonhos, a chave para governar Valíria por toda a eternidade. Mas, diante dos deuses, ficou claro que a ambição, por si só, não seria suficiente.
— A Coroa escolherá aquele que compreende que o poder não é um privilégio, mas uma responsabilidade — declarou Aelyth, a Deusa do Amor e do Sacrifício, com uma voz suave, porém carregada de autoridade. — Somente quem estiver disposto a sacrificar o que tem de mais precioso, por amor ao povo e à terra, será merecedor dela.
Os nobres e guerreiros começaram a entender que a Coroa da Eternidade não era apenas um símbolo de poder absoluto, mas também de um sacrifício imenso. O que antes parecia a glória máxima agora se revelava um fardo pesado demais para quem não possuísse um coração puro e a sabedoria necessária.
Balerion, o Deus do Fogo e da Destruição, observou a coroa com olhos sombrios.
— Esse poder... precisa ser domado — murmurou, como se refletisse algo profundo. — O fogo é belo, mas perigoso. Temos certeza de que aquele que for digno desta coroa será capaz de lidar com o caos que ela carrega.
Meraxes, com seus olhos penetrantes e afiados como lâminas, analisava os presentes.
— Cada um de vocês tem suas próprias guerras a lutar, suas batalhas internas e externas. A coroa... não será facilmente conquistada. Aqueles que tentarem tomá-la sem merecimento serão consumidos pela própria sede de poder.
Um silêncio profundo se instalou. Cada mortal sabia que este não seria um teste fácil. A Coroa da Eternidade não escolheria qualquer um. Ela escolheria aquele que fosse digno de moldar o futuro de Valíria de acordo com os desígnios dos próprios deuses.
Os olhos dos Deuses Valirianos pousaram sobre os nobres, guerreiros, mercadores, juízes e acadêmicos. O destino da coroa estava prestes a se revelar. Quem ousaria buscar o poder absoluto, o domínio sobre o destino e a eternidade? E, mais importante, quem seria capaz de suportar o peso das consequências de tal escolha? A verdadeira prova estava para começar.
A sala permanecia em silêncio, mas os corações dos mortais batiam com força. Cada um sabia que o teste final para o trono de Valíria estava apenas começando.
Maegor, o Imperador de Valíria, ergueu-se de seu trono, sua expressão tão rígida quanto a rocha. O peso da sala parecia aumentar com sua presença, e cada um de seus passos ecoava pela câmara, reverberando nas mentes dos presentes. O Império Valiriano, com toda sua grandeza e poder, estava à beira de um novo capítulo, e os deuses observavam com um olhar capaz de destruir até mesmo o mais forte dos corações.
A Coroa da Eternidade, imersa em um brilho hipnotizante, parecia chamá-lo, desafiando-o a tomar o que lhe era devido. Mas havia algo em sua aura, algo que fazia o próprio ar tremer. As palavras de Vaeryna, a Deusa da Magia e do Destino, cortaram o silêncio com a precisão de uma lâmina.
— Prove que é digno, Imperador — disse ela, sua voz ressoando pelas paredes da câmara como um feitiço ancestral. Seus olhos brilhavam com o poder dos séculos, e seus cabelos flutuavam como se fossem feitos de pura energia mágica. — A coroa não escolhe pela força ou pelo título. Ela escolhe pelo destino. E você, Maegor, será capaz de suportar os destinos que ela carrega?
Os deuses o observavam, suas presenças imponentes e desafiadoras trazendo consigo uma ameaça velada. Maegor não podia mais se esconder atrás de sua autoridade. Ele teria de enfrentar não apenas os deuses, mas a essência da própria coroa, algo que nem os maiores guerreiros de Valíria ousaram buscar.
Diante da Coroa da Eternidade, que pulsava intensamente, Maegor sentiu o peso de cada olhar. Por um momento, seus pensamentos vacilaram. Ele sempre acreditara que seu poder vinha de sua força, de sua linhagem, do domínio sobre uma nação que tremia diante dele. Mas agora, diante dos deuses, tudo isso parecia insignificante.
— Se o destino está em minhas mãos — declarou ele, com voz grave e resoluta — que a coroa me mostre sua verdade. Eu não temo o caos. Eu sou o caos.
A câmara pareceu estremecer com suas palavras, como se o próprio fogo de Valíria respondesse. Mas a coroa, em vez de acolhê-lo, desafiou-o. Suas chamas acenderam-se com intensidade avassaladora, dançando como serpentes em busca de um alvo.
Vaeryna o observava atentamente, calculando cada um de seus movimentos. Os outros deuses permaneceram calados, mas seus olhares estavam fixos nele, aguardando. O teste estava apenas começando.
— Mostre-me, Maegor — sussurrou Vaeryna, em um tom quase desafiador. — O que é mais forte? O destino que você acredita controlar ou o destino que está prestes a enfrentar?
A Coroa da Eternidade parecia testar sua resistência, desafiando-o a provar sua força verdadeira, não apenas física, mas mental e espiritual. Maegor percebeu que, para possuir a coroa, precisaria de mais do que ambição ou poder. Ele precisaria ser capaz de moldar o destino de todos que o seguissem, sem sucumbir à força destrutiva que ele tanto desejava controlar.
Maegor sentiu a energia da coroa pulsar contra sua pele, como se o próprio fogo de Valíria tentasse penetrar em sua alma. Ele segurou o fôlego por um instante, enquanto a pressão calorosa de seu poder crescia, testando suas defesas. Sua mão, ainda estendida em direção à coroa, começou a suar, mas ele não recuou. Cada nervo em seu corpo estava alerta, os instintos de um imperador endurecido pela guerra e pela intriga despertando.
Os deuses mantinham-se silenciosos, figuras imponentes e distantes, mas a tensão no ar era quase sufocante. Maegor sabia que aquele não seria um teste simples. O fogo que consumia tudo ao seu redor não era uma chama comum. Era a essência de Valíria, o equilíbrio entre destruição e criação. O poder que ele desejava controlar era, ao mesmo tempo, sua maior força e sua maior fraqueza.
Vaeryna observava com um sorriso enigmático, seus olhos brilhando com a luz da magia ancestral.
— Você ainda não entende, Maegor — disse ela, sua voz suave, mas carregada de uma autoridade que atravessava os séculos. — O poder que você busca não pode ser domado apenas pela força de vontade. Nem mesmo o fogo pode ser contido sem destruir o recipiente que o abriga. Está disposto a sacrificar tudo o que é seu para conquistar o que deseja?
As palavras da deusa ecoaram na mente de Maegor, desafiando suas convicções. Ele pensou nas batalhas que travara, nas vidas que tirara, nas cidades que reduzira a cinzas. Sempre acreditara que o controle absoluto era a chave para proteger Valíria. Mas, diante da coroa, as certezas que ele carregava por tanto tempo começaram a se desintegrar.
— Estou preparado para tudo — respondeu ele, com a voz firme, ainda que uma dúvida sutil se infiltrasse em seu coração. Ele acreditava que, ao tomar a coroa, poderia canalizar aquele poder para si, subjugando até mesmo os desígnios dos deuses.
O fogo da coroa respondeu, mas não como uma acolhida. Ele se ergueu em espirais selvagens, consumindo o ar ao redor de Maegor, dançando como serpentes em fúria. O calor tornou-se insuportável, e o imperador sentiu a pressão aumentar ainda mais, como se a coroa o estivesse desafiando a mergulhar no caos. Seus braços ardiam, mas ele não recuou. O império, sua linhagem, sua ambição... tudo estava em jogo.
De repente, o fogo recuou, e uma visão tomou conta da sala. Os deuses desapareceram e, em seu lugar, surgiu uma paisagem devastada: montanhas em ruínas, rios secos e terras ardendo sob o calor de um sol impiedoso. Valíria, em toda sua glória, agora não passava de um campo de cinzas — um lembrete de que até os maiores impérios podem ser reduzidos a nada.
Vaeryna apareceu na visão, seu semblante agora sério, desprovido da leveza de antes.
— Este é o futuro, Maegor. O que acontece quando se perde o equilíbrio. O que acontece quando o poder se torna maior do que o governante.
A visão mudou. Maegor viu seu próprio reflexo nas ruínas. Estava sentado no trono de Valíria, mas, ao redor dele, tudo estava consumido pelo fogo. Seu império, reduzido a cinzas. Ele, sozinho, contemplava a destruição que causara.
— Este é o preço da ambição cega — disse Vaeryna, suas palavras cortantes como lâminas. — O destino não pode ser controlado, apenas guiado. Se você tentar controlar tudo, perderá tudo. Até mesmo a si mesmo.
A visão desapareceu tão abruptamente quanto veio, e Maegor caiu de joelhos, ofegante. O calor da coroa esmaeceu, mas o peso da revelação permaneceu. Ele olhou para a coroa, que agora repousava tranquila diante dele, como se aguardasse sua decisão. O poder era tentador, mas a responsabilidade que o acompanhava era esmagadora.
Vaeryna se manifestou novamente.
— Você ainda pode mudar o curso, Maegor. Mas precisa entender que o poder absoluto não é para ser tomado, e sim guiado. Você será o guardião, não o senhor da coroa.
A câmara mergulhou em silêncio enquanto Maegor permanecia ajoelhado, os olhos fixos na coroa, as palavras da deusa ecoando em sua mente. O destino de Valíria, sua linhagem e todo o império estavam agora em suas mãos. Ele precisava decidir: seria o mestre da destruição ou o guardião da eternidade? O teste não era apenas conquistar a coroa, mas saber como usá-la sem se perder.
Maegor, agora mais consciente do que nunca, estendeu a mão para a coroa mais uma vez, mas desta vez com um novo entendimento. A jornada para provar sua dignidade estava longe de terminar.
O fogo ao redor da coroa aquietou-se, como se aguardasse. Ele podia sentir o peso dos olhares de cada deus, uma mistura de curiosidade e julgamento. Não havia mais espaço para erros.
Vaeryna o observava, uma fagulha de aprovação em seus olhos.
— Você começou a compreender, Maegor. Não é a força bruta que moldará o futuro, mas a sabedoria para lidar com o poder.
O Imperador respirou fundo, fechando os olhos por um instante. Deixou que a dor da visão de Valíria se dissipasse, entendendo que o império não podia ser sustentado apenas pela força. A coroa não era um símbolo de dominação, mas de equilíbrio entre criação e destruição. Governar Valíria demandaria mais do que ambição; demandaria sabedoria.
Quando abriu os olhos, Maegor se sentiu diferente. Ele estendeu a mão para a coroa novamente, com um novo propósito. Não a tomaria com pressa ou desejo cego de poder. Ele a tomaria com a plena consciência de que, para proteger Valíria, precisaria ser mais do que um imperador. Precisaria ser o guardião de seu destino.
Mas, antes que seus dedos tocassem a coroa, a voz de Balerion ecoou pela câmara, sombria e profunda.
— Você não será o único a decidir o destino de Valíria, Maegor.
O Deus do Fogo e da Destruição surgiu em toda sua magnitude, seus olhos ardendo como fornalhas. Sua presença fazia o ar vibrar.
— A coroa não pertence a nenhum mortal, nem mesmo ao imperador. Ela escolhe quem deve governar. E isso não é algo que se força.
O fogo ao redor da coroa reagiu, intensificando-se como uma tempestade. Maegor permaneceu imóvel, absorvendo a ameaça implícita. Ele sabia que, mesmo tendo aprendido algo, a coroa não concederia seu poder facilmente.
— Você entende agora, Maegor — continuou Balerion. — O poder exige sacrifícios. O verdadeiro governante não busca controlar tudo. Ele guia. A verdadeira força está em saber quando ceder e quando lutar.
Vaeryna, com um olhar atento, completou:
— A coroa, como o fogo, pode criar ou destruir. A escolha é sua. Mas lembre-se: não será o fogo que dominará você. Será você quem o dominará. Ou será consumido por ele.
O silêncio voltou à sala, e Maegor, refletindo profundamente, retirou a mão da coroa. O fogo ao seu redor diminuiu, como se reconhecesse sua hesitação. Ele tinha dado o primeiro passo, não em direção à conquista, mas à compreensão.
— Eu aceito o desafio — declarou Maegor, sua voz firme. — Mas buscarei a sabedoria para governar. Não será pela força que liderarei Valíria, mas pelo equilíbrio entre poder e responsabilidade. Estou disposto a carregar o peso da coroa.
Vaeryna sorriu levemente, e Balerion, em silêncio, continuou a observá-lo. A sala mergulhou em quietude enquanto Maegor se afastava da coroa. Ele não sabia se estava pronto para o que viria, mas compreendia que o verdadeiro teste não era tomá-la, mas provar que era digno de seu poder.
Os deuses o observavam em silêncio. Sabiam que o verdadeiro teste de Maegor estava apenas começando.
Rhaella, com o coração pesado e os olhos fixos na Coroa da Eternidade, olhou para seu marido, o poderoso e imponente Maegor, e, em seguida, para seu neto, ainda jovem e despreparado para os desafios do império, mas com uma chama de determinação em seus olhos. A sala estava envolta em um silêncio carregado, a tensão se espalhando como um fogo incontrolável. Ela sentia o peso do destino sobre os ombros de sua família e sabia que a decisão tomada por Maegor seria crucial não apenas para o império, mas para o futuro de todos eles.
Ela rezava silenciosamente, sem que os outros percebessem, com as mãos entrelaçadas em um gesto de prece. Rhaella sabia que a Coroa da Eternidade não escolhia apenas pela força, mas pela coragem, pela sabedoria e pela pureza do coração. Olhando para Maegor, seu olhar se suavizou por um breve instante, lembrando-se dos dias antes de ele ser consumido pela busca incessante de poder, quando ele era mais humano e mais capaz de amar.
Mas aquele Maegor parecia perdido em algo maior do que ele mesmo, algo incontrolável, e ela temia que ele fosse arrastado por sua própria ambição. Ele não estava mais simplesmente defendendo Valíria; estava lutando contra os próprios deuses, contra os elementos mais primitivos do universo. Isso não era apenas sobre herança ou conquistas; era sobre o equilíbrio do mundo.
Ela olhou para seu neto, o jovem que, apesar de ainda ser um menino em espírito, carregava dentro de si uma grande herança. Sabia que ele era o futuro de Valíria, não Maegor, mas, no entanto, o peso da coroa recairia sobre os ombros de seu marido. O olhar dela se suavizou ao ver o neto com os olhos fixos no avô, ansioso para ver o que aconteceria.
Rhaella sussurrou uma prece em voz baixa, sem que ninguém a ouvisse, sem saber se realmente acreditava nas palavras que proferia. "Que a sabedoria guie Maegor... Que a coroa escolha aquele que tem o poder de governar com o coração, e não apenas com fogo."
Ela olhou novamente para a coroa, seu brilho incandescente refletido em seus olhos, e mais uma vez sentiu o peso do que estava prestes a acontecer. O que quer que fosse decidido, Valíria nunca mais seria a mesma.
A sala, agora ainda mais silenciosa, aguardava o próximo movimento de Maegor. Rhaella sabia que a coroa não escolheria a pessoa mais poderosa. Ela escolheria aquele que tivesse a capacidade de dominar não apenas o império, mas o próprio destino.
Maegor, com um último olhar para a coroa, fez um movimento decisivo. A mão que estivera hesitante pouco antes agora estava firme. Ele sabia o que tinha que fazer, e, ao tocar a coroa, uma onda de energia percorreu seu corpo, como se ele fosse imerso em chamas puras, quentes e destrutivas, mas que, ao mesmo tempo, lhe davam clareza.
Sentiu algo se acender dentro de si, algo mais profundo que o desejo de poder. Era um reconhecimento. Ele finalmente compreendeu as palavras de Vaeryna e Balerion. O fogo não o destruiria. Ele seria o mestre sobre ele.
Mas quando seus dedos tocaram a coroa, uma força maior do que imaginava se manifestou. As chamas da coroa se intensificaram, envolvendo-o em um manto de fogo puro, como se testassem sua resistência, sua capacidade de controlar o caos que ela geraria. A pressão era insuportável. Cada músculo de seu corpo parecia gritar, mas sua vontade se manteve inabalável.
Rhaella, observando tudo de longe, sentiu um medo indescritível. Seu coração estava apertado, e a prece que fizera parecia falhar diante da magnitude do que acontecia. Ela rezava não apenas pelo marido, mas por Valíria, por seu filho e até mesmo pelo neto, pois sabia que o futuro estava sendo forjado naquele momento.
De repente, uma explosão de luz preencheu a câmara, e a sala inteira tremeu. A energia da coroa parecia tomar uma forma própria, uma consciência manifestando-se diante de Maegor. Os deuses estavam atentos, os olhos de Vaeryna e Balerion fixos nele, e uma expressão de compreensão começou a surgir no rosto do Imperador.
Maegor não era mais o homem que fora. Estava se transformando diante dos olhos de todos. O fogo que o envolvia agora não o consumia; ele o controlava, moldava-o. A coroa não o desafiava mais; ela respondia a ele.
Mas Rhaella ainda não estava certa se ele havia vencido o teste. A coroa era imprevisível. E ela temia que o verdadeiro teste fosse a capacidade de Maegor de manter o controle diante do que acabara de liberar.
No canto da sala, o jovem neto de Rhaella observava com olhos grandes, sem entender completamente o que estava acontecendo, mas sentindo o peso da responsabilidade que já começava a ser plantado em seu coração.
A decisão de Maegor havia sido tomada, mas a verdadeira prova estava apenas começando. E Rhaella sabia, com uma certeza amarga, que o império, e talvez até os próprios deuses, seriam agora testados da mesma forma que Maegor. Ela temia que nem todos saíssem ilesos dessa jornada.
A luz que envolvia Maegor, tão intensa e devastadora, começou a se dissipar gradualmente, como se a própria essência da Coroa da Eternidade tivesse finalmente reconhecido algo em seu portador. O fogo que o cercava, antes uma força selvagem e descontrolada, agora parecia fluir em harmonia com sua vontade. As chamas não mais queimavam, mas dançavam ao seu redor, como uma extensão de sua própria alma, e o calor que antes era insuportável agora parecia um abraço, algo que ele poderia governar.
Rhaella, de joelhos em prece, levantou lentamente os olhos, seu coração apertado com medo e esperança. O brilho da coroa agora não parecia ameaçador, mas radiante. O imperador havia passado no teste mais difícil: não o teste da força bruta ou da violência, mas o teste de saber ceder ao poder, de não ser consumido por ele, mas de guiá-lo.
Os deuses Valirianos, silenciosos e atentos, observaram com um interesse renovado. Balerion, o Deus do Fogo e da Destruição, tinha um olhar de aprovação sombria. Ele não parecia mais um juiz distante, mas uma presença que reconhecia o controle de Maegor sobre o fogo primordial. A coroa, essa entidade viva, sentia que seu novo portador havia finalmente compreendido o equilíbrio necessário para governá-la.
Vaeryna, a Deusa da Magia e do Destino, se aproximou com um sorriso sutil. Seus olhos brilharam com um brilho de entendimento. "Você provou que pode controlar a chama, Maegor. Agora, ela é sua para guiar."
Maegor, com a coroa repousando suavemente em sua cabeça, sentiu um poder imenso, mas algo mais importante: uma responsabilidade maior do que qualquer coisa que já tivesse experimentado. Ele não estava mais imerso em uma busca de poder. Sentia a chama como parte de seu ser, um aliado, não um inimigo. Sabia que o futuro de Valíria não seria decidido pela violência ou pela tirania, mas pela sabedoria e pelo equilíbrio.
A sala ficou em um silêncio profundo, a tensão dissolvendo-se à medida que os deuses se afastaram, satisfeitos com o resultado do teste. Mas, para Maegor, isso não era uma vitória fácil. Ele sabia que a verdadeira prova ainda estava por vir: governar com o peso da Coroa da Eternidade não era uma conquista momentânea. Era um caminho de constante vigilância, de decisões difíceis e de sacrificar seus próprios desejos pessoais pelo bem maior de seu império.
Rhaella, agora com os olhos cheios de lágrimas, se levantou lentamente e caminhou até ele, seus passos silenciosos e cheios de reverência. Olhou para a coroa e, em seguida, para Maegor, seu olhar uma mistura de orgulho e preocupação.
"Você foi escolhido, Maegor", disse suavemente, "mas lembre-se: a coroa pode dar poder, mas também pode consumir aquele que não souber governar com sabedoria."
Maegor a olhou com a gravidade de alguém que acabara de perceber a magnitude do que havia alcançado. "Eu sei, minha esposa. Eu sei que o verdadeiro poder não está em dominar a coroa, mas em governá-la sem ser consumido por ela."
Ele olhou para seu neto, um jovem cujo olhar agora estava cheio de respeito, talvez até com uma pitada de temor. O que começara como um sonho de glória para Maegor agora se tornava uma jornada com um peso impossível de ignorar.
A coroa, agora imponente sobre sua cabeça, simbolizava uma nova era para Valíria, e Maegor sabia que teria que ser mais do que apenas um governante poderoso. Teria que ser o guia de um império que, por tanto tempo, foi dominado pelo fogo incontrolável de seus antecessores.
"Que este império, que sempre foi marcado pelo fogo, agora seja guiado pela sabedoria da chama", disse ele, sua voz firme e decidida. "Tomarei este manto com o coração aberto e a mente focada."
O silêncio na sala era pesado, mas agora havia uma sensação de resolução. Maegor estava pronto, e Valíria, apesar das dúvidas e das provas, estava preparada para avançar sob sua liderança.
A Coroa da Eternidade aceitou Maegor, e o império, como sempre, continuaria sua marcha, mas agora com um novo imperador, um novo guia para levar Valíria por caminhos nunca antes explorados. O teste estava completo, mas o verdadeiro reinado de Maegor estava apenas começando.
Os olhos ardentes de Balerion, o Deus do Fogo e da Destruição, fixaram-se intensamente em Maegor, observando a cena com uma calma profunda, mas ameaçadora. O fogo ao seu redor parecia aumentar, e a energia de sua presença era quase palpável, como se ele fosse o próprio inferno personificado. A sala, que antes estava carregada de tensão, agora emanava uma aura sombria, o peso de suas palavras ecoando na mente de todos os presentes.
Com uma voz grave e imponente, que reverberava como um trovão, Balerion falou, sua mensagem clara e direta:
"Imperador," disse ele, sua voz ressoando nas paredes da sala, "você agora carrega a Coroa da Eternidade, um poder que transcende todos os limites mortais. Você não é mais um simples governante de Valíria. Você é o fogo que consome, a força que destrói e cria. Conquiste os Sete Reinos! Destroce a Fé dos Sete que os fracos adoram, e faça com que todos se curvem à verdadeira chama do destino."
Os deuses, que observavam em silêncio, pareciam distantes, mas suas presenças ainda eram palpáveis, como uma nuvem sobre Maegor e seu império.
"Balerion," continuou o Deus do Fogo, "vingue seus irmãos caídos pelos falsos deuses que buscam apagar o verdadeiro fogo. A Cidadela, com seus pretensos sábios e estudiosos, é um refúgio para as mentiras. Queime-a, destrua-a, assim como os templos de falsidade que existem em todo o mundo. Sua ascensão não deve ser apenas uma vitória sobre os homens, mas uma que os force a aceitar a verdade da chama, a verdade do poder imensurável que você agora carrega."
Maegor, de cabeça erguida, ouviu as palavras de Balerion com uma força silenciosa. Sentia o poder da coroa sobre sua cabeça, e as palavras do Deus do Fogo estavam gravadas em sua mente, como um incitamento ao que poderia ser o próximo grande passo de sua ascensão.
Rhaella, ao lado de Maegor, percebia a tensão no ar. Sabia que o império de Valíria estava à beira de um grande confronto, e as palavras de Balerion não faziam nada para aliviar seus temores. Ela olhou para Maegor, preocupada com o que ele faria com aquelas instruções de vingança. Não se tratava mais de Valíria; agora, era sobre os Sete Reinos, sobre os deuses falsos e a religião que se espalhara como uma doença entre os povos.
Mas Maegor não hesitou. Com a coroa firmemente sobre sua cabeça, ele se virou para Balerion, e suas palavras foram tão imponentes quanto as do próprio deus.
"Eu ouvirei suas palavras, Balerion. Os Sete Reinos cairão, e aqueles que ousarem seguir falsos deuses serão destruídos. A Cidadela se tornará cinzas sob minha vontade. Eu vingarei os caídos, e os verdadeiros governantes deste mundo serão aqueles que entenderem o poder do fogo."
Rhaella sentiu um frio na espinha ao ouvir isso. Ela sabia que Maegor não falava apenas com a paixão de um homem recém-coroado, mas com a determinação de um imperador disposto a levar Valíria ao auge — ou à destruição.
O olhar de Balerion parecia satisfeito com a resposta. Seus olhos brilhavam com uma intensidade aterradora. "Queime, destrua, purifique. Que as chamas que você agora comanda consumam aqueles que se opõem a você. Não há mais espaço para fraqueza, Maegor. Este é o seu destino. Este é o poder que você buscou."
Com isso, Balerion se afastou, sua presença diminuindo, mas não desaparecendo completamente. Ele sabia que o que acontecia agora estava além de tudo o que Valíria já vivera. O imperador estava pronto para enfrentar um mundo muito maior do que o império que conhecia.
Rhaella, vendo o desfecho daquela reunião divina, sentiu um nó apertado na garganta. Ela não sabia mais se seu marido estava sendo guiado pelos deuses ou se estava se perdendo completamente no fogo que agora controlava. E, mais ainda, sabia que a guerra não estava apenas no horizonte de Valíria — ela estava prestes a tomar o mundo todo.
"Maegor," disse ela com a voz trêmula, "você realmente quer fazer isso? Vingar a morte de seus irmãos e destruir o que está além dos mares? Não será um caminho sem fim, meu amor. O fogo consome... e não perdoa."
Mas Maegor, com a Coroa da Eternidade agora parte de seu ser, olhou para ela com um semblante resoluto. "O fogo não perdoa, mas também não esquece. E o império que eu construir será uma chama que jamais se apagará."
As palavras de Maegor ecoaram pela sala, como um juramento irreversível. Ele havia sido escolhido pelos deuses, e agora, com a bênção de Balerion, estava pronto para conquistar. A guerra pelos Sete Reinos era apenas o começo.
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Eddard Stark
Eddard Stark observava a cena com uma sensação de apreensão que se arrastava por cada fibra de seu ser. Seus olhos estavam fixos em Maegor, agora coroado, com a Coroa da Eternidade repousando sobre sua cabeça. O imperador de Valíria, envolto em uma aura de poder destrutivo e invencível, estava sendo abençoado pelos próprios deuses, cujos olhos flamejantes observavam o destino do mundo se desenrolar diante deles.
Os Deuses Valirianos, com suas presenças divinas, haviam descido dos céus como se viessem de outro mundo, não mais distantes e intangíveis, mas fisicamente presentes na sala, irradiando um poder tão grande que Eddard sentiu suas mãos suando. Ele tremia, não apenas pelo que via, mas pela profundidade do que isso significava para o futuro dos Sete Reinos.
Balerion, Vaeryna e os outros deuses estavam diante de Maegor, sua bênção dada de maneira irrevogável. As palavras de Balerion ainda ecoavam em sua mente: "Conquiste os Sete Reinos e destrua a Fé dos Sete". Essas palavras estavam gravadas não só no espírito de Maegor, mas agora no destino de todos os reinos que Eddard jurara proteger.
A sensação de impotência o consumia. Ele, um Stark do Norte, um homem que sempre acreditou na força da honra e da justiça, agora via diante de si um homem sendo guiado por deuses imortais em sua busca por destruição e vingança. Maegor não era mais um simples mortal. Ele era um avatar do poder dos deuses, um homem imbatível, prestes a trazer guerra e caos para os Sete Reinos.
Eddard, apesar de todo o treinamento que os Starks do Norte possuíam, não conseguia controlar o tremor que se espalhava por seu corpo. Ele sabia que o que acontecia naquela sala não era apenas um teste de poder ou de vontade. Era um prenúncio de algo muito maior, uma mudança nas fundações do mundo. O fogo dos deuses não seria facilmente apagado.
Ele olhou para a figura de Maegor, agora cercado pelos deuses, e pensou no que isso significava para sua própria casa, para os Starks, para o Norte. Os deuses Valirianos, antigos e poderosos, estavam escolhendo um lado, e Eddard temia que o lado escolhido fosse o fim de tudo o que conhecia.
"Meu Deus," murmurou para si mesmo, sua voz baixa, mas carregada de temor. "Os deuses não são mais nossos. Eles se voltaram contra os Sete Reinos."
Ele pensou nas palavras de Rhaella, que já não parecia mais ser a mulher que uma vez conheceu. Ela estava ao lado de Maegor, apoiando-o com a fé de uma esposa, mas também com a decisão de alguém que sabia o que viria a seguir. Ela sabia que a guerra se aproximava, que o poder de Maegor não poderia ser contido.
Mas Eddard, como um Stark do Norte, sabia que o vento do destino já estava soprando. Sentia, com uma clareza desconcertante, que o Norte estava prestes a ser arrastado para o centro da tempestade.
Eddard viu o olhar de Maegor — não o olhar de um homem que conquistou algo, mas o olhar de alguém que estava sendo consumido por uma força muito maior que ele. A guerra estava prestes a começar, e com ela, a destruição de tudo o que conheciam.
O medo de Eddard não era apenas pela força imensurável de Maegor, mas pela sensação de que a luta pela sobrevivência agora não seria apenas entre homens. Ela seria entre os próprios deuses e os reinos dos homens. E, naquele momento, o que poderia um Stark do Norte fazer diante do fogo dos deuses?
Ele se virou, as palavras de Balerion ainda reverberando em sua mente, e começou a se afastar. O que quer que fosse por vir, sabia que seria algo que nenhum de seus ancestrais jamais descrevera. O futuro dos Sete Reinos agora estava nas mãos de Maegor, e ele sabia que a luta pela sobrevivência de sua casa, de seu povo, não seria fácil. Mas uma coisa estava clara: a guerra havia começado.
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Eddard Stark
Eddard Stark olhou para Maegor, o homem que um dia chamou de sobrinho, sentindo o peso de uma culpa silenciosa apertar seu coração. A tensão no ar era palpável, como se o destino de Westeros já estivesse selado. Maegor, agora imperador de Valíria, era uma figura de poder absoluto, abençoado pelos próprios deuses.
Eddard recordou, atormentado pela memória de sua irmã, a promessa que fizera a ela: "Eu não fiz o suficiente por ele." Ele se perguntava se, ao dar liberdade demais a Jon — ou Maegor, como preferia ser chamado — não havia falhado na tarefa que mais prezava. Ele jurara à irmã que cuidaria de seu filho, que o protegeria dos perigos do mundo. Mas, ao olhar para o homem diante dele, Eddard não conseguia evitar a dúvida sobre onde teria falhado.
"Se eu ao menos tivesse dado uma direção a ele..." pensou, sua mente voltando aos dias em que Jon Snow, ou melhor, Maegor, estava sob seu teto. Lembrou-se do jovem bastardo que buscava um propósito, um lugar onde se sentisse parte de algo maior. Com sua honra inabalável e lealdade à Casa Stark, Eddard não conseguiu fornecer isso de forma clara. Ele permitiu que Jon fosse para a Muralha, acreditando que ali encontraria um propósito, talvez até servindo como um homem de honra para proteger o reino. "A Muralha... a Muralha..." repetia, sentindo o peso dessa decisão que agora parecia um erro fatal.
"Eu deveria ter impedido isso... Deveria ter traçado um caminho mais claro para ele." Agora, ele estava diante do homem que poderia destruir tudo o que amava, tudo o que jurou proteger. O fogo de Balerion brilhava nos olhos de Maegor, e Eddard sabia, com uma dor angustiante, que ele não era mais o jovem Jon Snow. Não era mais o sobrinho que ele poderia orientar.
Eddard olhou para o rosto de Maegor, tentando encontrar vestígios do menino que conhecia, mas apenas uma frieza impassível o encarava. Respirou fundo, a culpa esmagando-o. "Agora Westeros queimará", pensou, o desespero invadindo seus pensamentos. Ele sabia, no fundo, que uma guerra era inevitável. Maegor estava mais do que preparado para destruir, e ele, Eddard, não fez o suficiente para impedir.
Com um peso imenso no coração, ele se questionou se poderia ter feito mais. Se sua proteção tivesse sido suficiente, se pudesse ter dado a Maegor a orientação necessária, algo que o tivesse impedido de seguir esse caminho de destruição. Mas agora, o império valiriano estava fora de controle, e o futuro de Westeros estava nas mãos do homem que ele havia jurado proteger. Eddard sabia que nada poderia mudar o que estava por vir.
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Robb Stark
Robb Stark, agora de pé, observava a cena diante de si com um olhar sombrio, seu coração pesado com o que via. O homem que uma vez considerou seu irmão mais novo, Jon Snow, agora não era mais apenas um Stark. Ele era Maegor, o Imperador de Valíria, coroado pelos deuses, escolhido para governar com o poder de chamas que consumiriam tudo ao seu redor. Robb sentiu uma mistura de dor e incredulidade, como se o mundo que conhecia estivesse se desintegrando diante de seus olhos.
Lembrou-se dos dias em Winterfell, quando Jon ainda era apenas um bastardo, vivendo sob a sombra de um nome que não era seu, buscando seu lugar no mundo. Jon, com sua lealdade, coragem e senso de honra, sempre fora alguém em quem Robb confiava, alguém com quem compartilhava seus próprios sonhos de futuro. Mas agora, estava diante de algo completamente diferente. Maegor, um nome que causava medo até mesmo aos deuses, estava prestes a levar o fogo aos Sete Reinos, e tudo o que Robb conhecia e amava poderia ser consumido nesse inferno.
"Que os Deuses Antigos nos protejam", murmurou Robb, sua voz rouca, como uma oração desesperada. "Westeros queimará..."
Sentiu o peso de suas palavras, como se já estivessem se tornando realidade. Os Deuses Antigos, com seus antigos templos e florestas sagradas, tornavam-se mais presentes agora, diante da imensidão do poder de Maegor. A magia de Valíria, a coroa de fogo, e o próprio império valiriano estavam além de qualquer força que Robb pudesse invocar para proteger sua casa.
Ele olhou para Jon, ou melhor, para Maegor. A fisionomia que antes trazia um semblante de irmão agora era implacável, dura e fria, como a coroa que usava. A compaixão e a humanidade que Robb lembrava haviam se apagado, substituídas por uma ambição imensa e uma determinação inabalável. Não era mais o irmão que ele conhecera, mas um imperador, um homem moldado pelo fogo de Balerion e pelos próprios deuses.
Robb sentiu um nó na garganta. O que restou de seu irmão foi enterrado sob camadas de poder, vingança e destruição. Maegor não estava mais interessado em salvar Westeros ou proteger seus reinos. Ele agora estava empenhado em consumi-los, e isso significava que não havia mais espaço para a honra e a justiça que Robb prezava. A guerra não seria mais entre reis e nobres, mas entre deuses e homens.
A visão de Maegor, com a bênção dos deuses, empunhando o fogo de Valíria, fazia Robb temer pelo futuro. Não havia mais espaço para conversas ou redenção. Maegor havia escolhido seu destino, e agora a guerra que se aproximava seria devastadora.
"Westeros queimará..." ele repetiu, sua voz mais firme, mas cheia de pesar. "E eu não sei se a neve do Norte poderá apagá-la."
Com um profundo suspiro, Robb virou-se e olhou para seus aliados. Sabia que sua casa e sua família não podiam se dar ao luxo de hesitar. Precisaria reunir forças, fortalecer Winterfell e, talvez, buscar uma forma de impedir o império de Maegor de arrasar tudo. Mas uma parte dele sabia que isso poderia ser impossível.
A chama de Maegor não seria facilmente apagada. E o futuro de Westeros agora estava em suas mãos. O fogo se espalhava, e Robb, com a alma apertada, sabia que teria de enfrentar um mundo muito diferente do que imaginava, um mundo em que o fogo de Valíria estava prestes a consumir tudo.
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Catelyn Stark
Catelyn Stark olhou fixamente para Maegor, agora coroado como imperador, seu coração batendo forte no peito. O homem diante dela, que um dia foi o bastardo de seu marido, o filho de Eddard Stark e uma mulher que ela nunca aceitou, era agora uma figura que causava um medo profundo em sua alma. O que ela via não era o menino frágil e inseguro que um dia desprezara, mas um homem de poder absoluto, ungido pelos deuses com a Coroa da Eternidade, capaz de arrasar os Sete Reinos com uma única palavra.
Ele estava ali, à frente de todos, sendo abençoado pelos próprios deuses Valirianos, como se o fogo de Balerion tivesse consumido não apenas o império de Valíria, mas também qualquer resquício de humanidade que ele tivesse. Catelyn sentiu o peso do passado se abater sobre ela. Ó, bastardo. O filho que sempre olhou com desprezo, que desejou que nunca tivesse nascido, estava agora prestes a destruir tudo.
O pensamento de sua própria culpa, de seus desejos de que ele fosse apagado da história, a atormentava. Quando ela orava aos Deuses Antigos, não era para salvar Jon Snow — ou Maegor, como ele agora se chamava — mas para que ele morresse, desaparecesse e nunca mais ameaçasse o futuro de seus filhos. Ela queria, com toda a sua alma, que ele tivesse caído no lugar de Bran, que tivesse uma perna quebrada, que a morte o levasse em vez de seu verdadeiro filho.
Mas o que ela via agora não era o garoto que poderia ter ignorado; era o monstro que temia. O bastardo que acreditava que poderia um dia arrancar o Norte de seu filho Robb. A imagem que se formava em sua mente era de uma grande sombra, a sombra de Maegor, que agora ameaçava cobrir tudo o que ela amava.
"Como ele pode estar aqui?", Catelyn murmurou para si mesma, os olhos cheios de amargura e ódio. Ela mal conseguia entender o que estava acontecendo. Como o menino que sempre desejou que desaparecesse se tornara o senhor de tudo? Como ele, o maldito bastardo que sempre teve o poder de destruir a paz do Norte, estava prestes a conquistar o mundo?
A fúria a dominava, e o medo — um medo profundo e genuíno — começava a corroer sua vontade. Ela temia perder Robb, temia perder seus filhos. E agora, com Maegor coroado e abençoado pelos deuses, via seus pesadelos se tornando realidade. O poder do bastardo não tinha mais limites. Ele não era mais um mero rapaz que poderia ser ignorado ou banido do futuro dos Stark. Ele agora era o imperador, e tinha o poder de destruir tudo o que ela e sua família haviam construído.
O peso de sua raiva misturava-se com o medo. As lembranças dos dias em que orava para que ele caísse, para que o destino o tirasse do caminho de seus filhos, agora pareciam cruéis e irônicas. O bastardo não apenas sobreviveu, mas agora se tornaria o maior inimigo de sua linhagem. A lealdade dos Stark ao Norte, ao seu sangue, estava ameaçada por alguém que, em seus olhos, nunca deveria ter existido.
"Que os Deuses Antigos nos protejam", ela murmurou, a voz tensa, como uma prece amarga. "Que o Norte permaneça nosso."
Ela tremia. Não apenas de raiva, mas de um terror silencioso que crescia dentro dela. Maegor não era apenas uma ameaça para seus filhos; ele agora era uma ameaça que poderia destruir o equilíbrio de tudo o que conhecia. O medo tomou seu coração, com a certeza de que o bastardo, agora imperador, traria uma guerra sem fim para Westeros.
Os Deuses Antigos poderiam ter sido sua única esperança. Mas agora, Catelyn sentia, com toda a certeza, que eles estavam distantes. O bastardo, o menino que tanto temera e odiara, estava prestes a trazer a escuridão. E ela sabia que nada nem ninguém poderia impedi-lo. O Norte, o seu Norte, estava preso pelas chamas de Maegor.
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Sansa Stark
Sansa Stark observava a cena com os olhos arregalados, seu coração apertado e a mente cheia de incertezas. O homem diante dela, Maegor, que antes fora o bastardo que ela acreditava ser um irmão, agora se erguia como um imperador imbatível, coroado pelos próprios deuses Valirianos. O garoto que compartilhava a mesma casa e o mesmo sangue, que ela havia visto crescer com suas lutas e virtudes, transformara-se em uma figura de poder absoluto, um ser que não era mais parte de sua família, mas sim uma ameaça que pairava sobre todos eles.
Sansa sentiu o medo se instalar dentro dela, apertando seu peito como uma mão invisível. Ela sempre soube que Jon Snow — ou Maegor, como ele agora se chamava — tinha um destino maior que o dela. O Norte, a Casa Stark, seriam apenas peças em um jogo muito mais vasto e perigoso. Mas nunca imaginou que esse destino o levasse a um ponto tão sombrio, onde o bastardo que ela conhecia estava prestes a trazer uma guerra devastadora aos Sete Reinos.
A ideia de que ele, Jon, o jovem homem com quem passou tantos momentos, agora estava no centro de uma batalha que poderia destruir tudo, deixou Sansa com um nó na garganta. "O que acontecerá agora?" pensou, enquanto o medo se misturava com a dor. Não era apenas o temor de Maegor conquistar o trono e trazer destruição; era o medo de perder a última conexão que ainda tinha com sua antiga vida, com a família que tanto amava.
Ela olhou para Maegor, agora imperador, sua figura alta e imponente sob os olhos dos deuses, e se perguntou o que ele se tornara. Será que ainda se lembrava de quem ela era? Será que o garoto que conheceu ainda existia dentro do imperador de fogo e destruição? Não havia mais nada que restasse daquele irmão, daquele Jon que ela considerava um amigo, que sempre teve algo de nobre em seu coração.
Mas agora, ele não era mais aquele Jon Snow. Ele era Maegor, e os deuses fizeram sua escolha. As palavras que ele pronunciou com sua nova coroa, as palavras de fogo e vingança, contrastavam completamente com a imagem de segurança que Sansa tentava preservar.
O olhar de Maegor a atravessou, mas ela não via mais o homem que conhecia. "Ele nos destruirá?" sentiu uma tristeza profunda, como se estivesse testemunhando a queda de um irmão perdido, um futuro sombrio que já não poderia ser evitado. Perguntava-se se ele poderia ser redimido, se a segurança que acreditava ainda existir dentro dele poderia ser encontrada novamente, ou se ele estava irremediavelmente perdido, consumido pelo poder de Valíria e pela vingança que os deuses lhe concederam.
"Se ele falhar, se nos levar à destruição..." Sansa lembrou-se de sua tristeza amarga. A ideia de perder todos os que amava, de ver o Norte e o resto dos Sete Reinos engolidos pelo fogo de Maegor, a aterrorizava. "O que acontecerá agora?"
A pergunta ecoava em sua mente, sem resposta. O peso de seu destino parecia agora irremediavelmente ligado ao de Maegor, e Sansa sentia que o futuro estava fora de suas mãos. Tudo o que podia fazer era esperar e temer, enquanto o irmão que nunca imaginou ser capaz de trazer o fim de tudo o que amava se erguia como um imperador, com o poder de destruir Westeros aos seus pés.
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Arya Stark
Arya Stark observava Maegor, o homem que um dia chamara de irmão bastardo, agora transformado no imperador de Nova Valíria. Uma mistura de emoções conflitantes a consumia — uma tempestade interna que ela mal conseguia controlar. Ele estava diante dela, com poder absoluto e uma força que parecia vir das profundezas do fogo e da destruição, mas, por trás de tudo isso, havia uma sensação de vazio que a atormentava.
Quando a olhou, Arya não viu o menino que compartilhara risos e momentos silenciosos em Winterfell, o mesmo que ainda carregava o nome de Jon Snow, perdido entre dois mundos. Em vez disso, ela via um imperador, com o rosto endurecido pela experiência e pela ambição, e olhos tão intensos quanto as chamas que seus dragões exalavam. Ele era um estranho, e ao mesmo tempo, uma versão distorcida do irmão que um dia conhecera.
Ao olhar mais profundamente, ela não podia deixar de lembrar do que acontecera durante os anos em que ele estivera em Valíria. Havia algo mais, algo que agora parecia tão irreconhecível. Ela sabia que ele se apaixonara perdidamente por Valíria e, talvez, até pelos deuses que agora invocava com seu poder. O império se tornara parte dele, e ele agora se entregava a isso com uma intensidade que a fazia questionar se ainda havia vestígios do Jon Snow que conhecera, do rapaz que parecia possuir uma centelha de humanidade.
Uma dor profunda a consumia, uma angústia misturada com ressentimento. O Jon que ela conhecera, com todos os seus dilemas, fora consumido por algo muito maior — o fogo de Valíria. O que mais a atormentava era o afeto que sentia, uma paixão não declarada que ela sabia que jamais poderia ser correspondida. Como poderia ter se apaixonado por ele, mesmo sabendo que carregava o peso de sua linhagem e do destino que lhe fora imposto? Ela, a irmã distante, que agora o via não como um irmão, mas como um homem cujo coração estava perdido no abismo de seu poder.
Arya sentiu que a intensidade do olhar de Maegor não era apenas o reflexo do que ele se tornara, mas também a prova de que os anos separados haviam criado uma lacuna entre eles, uma que parecia impossível de atravessar. Maegor, o homem diante dela, estava muito longe do garoto que ela amava como um irmão, e sua transformação parecia irreversível. O império que ele governava não era apenas uma extensão de sua vontade, mas uma barreira que o separava ainda mais do mundo que ela conhecia.
"Eu deveria ter sido mais forte... mais sábia", pensou Arya, sentindo uma dor silenciosa em seu ser. Queria entender o que acontecera, o que transformou Jon Snow no homem que agora estava no poder, mas a verdade era que ele se afastara demais. A guerra que ele trazia consigo já não tinha mais espaço para o amor ou a humanidade.
O rugido dos dragões lá fora, cortando o céu de Valíria, fez Arya estremecer. Ela sabia que não havia retorno. O que quer que acontecesse a seguir, ela enfrentaria não apenas o homem que um dia foi seu irmão, mas também a força destrutiva que ele agora representava.
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Arya Stark II
Arya Stark observava Maegor, o homem que já fora seu irmão bastardo, agora o imperador de Nova Valíria. Ela sentia o calor do banquete ao seu redor, o burburinho dos nobres e os sussurros que escapavam das sombras, mas sua mente estava distante. Os olhos de Maegor agora eram diferentes, sombrios, como os dragões que rugiam ao longe. Arya sentiu uma inquietação profunda, uma sensação de que o que restava do Jon Snow que ela conhecia estava desaparecendo a cada momento.
"E se eu me casar com Jon... ou com Maegor?" A ideia parecia quase absurda, mas persistia, dolorosa. "Ele pouparia os Sete Reinos do fogo dos dragões?" O pensamento pairava no ar como um presságio sombrio. O que aconteceria com Westeros, com sua família, com tudo que ainda tinha? Seria uma aliança para salvar todos ou uma condenação a algo pior?
Ela lembrava de sua mãe, Catelyn Stark, e do ódio que tinha por Jon, por tudo o que ele representava. Catelyn nunca soubera lidar com a verdade, com o peso da traição que sentia em relação a Ned, mas o amor de Arya por Jon ainda existia, mesmo que misturado com dor. "Ele não mataria a minha mãe, Catelyn Stark," pensou, tentando encontrar uma razão para acreditar que ainda havia algo bom nele. Mas logo sua mente se encheu de raiva ao recordar a escolha de seu pai, Eddard Stark, ao enviar Jon para a Muralha com apenas quatorze anos.
"Ele não mataria meu pai, Eddard Stark," Arya continuou, o remorso e a amargura cortando-lhe o peito. Lembrou-se das palavras de seu pai, do sacrifício que fez ao permitir que Jon fosse para a Muralha, acreditando que isso era a única forma de protegê-lo de Robert Baratheon, o usurpador que havia tomado o trono. "Mas será que ele poderia ter sido poupado de tudo isso? Será que eu poderia ter feito algo para mudar?"
O banquete parecia distante agora, a música, os risos e as conversas se tornando ecos. Os olhos de Arya estavam fixos em Maegor, e ela se perguntava: "Seria ele ainda o Jon que eu amava como um irmão?" O que mais a aterrorizava não era o poder de Maegor, mas a perda do Jon que conhecia, aquele que, mesmo sendo bastardo, sempre procurava fazer o certo.
Ela não sabia se a escolha que teria que fazer traria a paz que Westeros precisava ou se estaria condenando tudo e todos a uma guerra que nem ela poderia prever.
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Bran Stark
Bran Stark estava no grande salão, no banquete dos Deuses, onde os murmúrios das festas ecoavam como fantasmas em sua mente. Ele olhou para o homem à sua frente — Jon, ou melhor, Maegor, como ele agora preferia ser chamado. A imagem de Jon ainda estava presente, mas algo havia mudado nele. O poder que irradiava, a presença ameaçadora, o fogo nos olhos. Contudo, para Bran, ele sempre seria o homem que o salvou, aquele que apareceu quando tudo parecia perdido.
Ele se lembrou da primeira vez que o viu, uma cena que ainda parecia ter acontecido ontem. "Ele me salvou," murmurou sua voz interior. "Jon me salvou dos canibais do Povo Livre." Não foi apenas uma questão de sobrevivência, mas de humanidade, de empatia. Jon sempre tinha um olhar de proteção, estendendo a mão quando o mundo desmoronava ao redor deles. E não foi só isso. Maegor, agora, tinha retornado para salvar Bran e Rickon quando todos pensavam que estavam perdidos, quando a Muralha se erguia entre eles e o resto do mundo.
Bran olhou para o homem à sua frente e refletiu: "Não foi igual ao meu irmão Robb, que se embriagou com a ideia de ser o Rei do Norte e do Tridente. Não foi igual à minha mãe, Catelyn Stark, que nos abandonou em meio a tudo isso." A lembrança de sua mãe era difícil, mais uma cicatriz na alma de Bran. Catelyn, que sempre teve seus próprios conflitos e dores, acabou os deixando. Ela os deixou no castelo, sozinhos, em meio à guerra, com seus próprios medos e esperanças despedaçadas.
Bran sentiu uma dor crescente ao pensar na suposta morte de Robb e em tudo que sua mãe, Catelyn, fez, com sua raiva e desconfiança em relação a Jon. Mas o que ele sabia, com uma clareza assustadora, era que Maegor, ainda que uma sombra do Jon que ele conhecia, tinha sido alguém diferente, alguém que lhe deu algo que nenhum outro poderia. "Ele não me deixou." O pensamento ecoou em sua mente como uma promessa quebrada pela distância do tempo, mas ainda assim, uma promessa que tinha sido cumprida.
Bran sentiu o peso de sua responsabilidade, o peso de ser o único que ainda via Maegor como alguém que realmente havia sido parte de sua vida, mesmo que o império que ele governava fosse um reflexo da destruição e do fogo. Ele olhou para Maegor, para aquele homem imponente, e a velha dúvida começou a tomar forma. "Quem ele é agora? E quem fui eu para julgá-lo?"
Enquanto os rugidos dos dragões ecoavam no céu e o banquete prosseguia, Bran ficou perdido em seus próprios pensamentos, observando Maegor, o homem que, apesar de tudo, ainda estava ali, um farol apagado, mas ainda queimando.
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Dacey Mormont
Dacey Mormont observava o homem diante dela, uma mistura de medo e ódio pulsando em seu peito. Maegor Targaryen, o Imperador de Valíria, estava ali, imponente, com um olhar que parecia penetrar até a alma. A jovem Senhora da Ilha dos Ursos não conseguia desviar os olhos dele, mas também não conseguia controlar as emoções que a consumiam.
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Medo.
Era inevitável. Dacey era uma guerreira, uma mulher que liderara seu povo em tempos de guerra e enfrentara homens que desdenhavam de sua força apenas por ser mulher. Mas Maegor era diferente. Não era apenas um homem; ele parecia algo mais, algo que não podia ser desafiado ou superado. Os rumores sobre os dragões, o fogo que ele controlava, os deuses valirianos que o protegiam — tudo isso pesava em sua mente. Seu coração batia descompassado ao pensar no que ele poderia fazer com apenas uma palavra ou um gesto. Ele era a morte encarnada, e ela sabia disso.
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Raiva.
Mas o medo não era a única coisa que ardia dentro dela. Dacey sentia raiva — uma fúria ardente que fazia seu sangue ferver. Raiva de Maegor, por se erguer acima de todos, por acreditar que poderia governar não apenas Valíria, mas também Westeros. Raiva de seus dragões, de sua arrogância, de como ele parecia ver todos como nada mais do que peças em um jogo. E, mais do que tudo, raiva de si mesma. Por quê? Porque, mesmo com toda a sua coragem e determinação, ela sabia que não tinha poder para detê-lo
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Ódio.
Era um ódio que crescia em sua alma a cada olhar dirigido àquele homem. Ele simbolizava tudo o que Dacey desprezava: a tirania, o desprezo pelos povos livres, a destruição do que era puro e honrado. Ele havia escolhido o caminho do fogo e da ruína, e ela o odiava por isso. Odiava por ele ter o poder de destruir tudo pelo que lutou, odiava por ter tornado o medo tão presente em sua vida, odiava porque ele era tudo o que ela nunca poderia ser.
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Vergonha.
E então, havia a vergonha. Vergonha porque, por mais que Dacey odiasse Maegor e desejasse vê-lo derrotado, havia uma parte dela que reconhecia sua grandeza. Uma parte que temia não apenas o que ele poderia fazer, mas o que ele representava. Ele era o ápice do poder valiriano, a prova viva de que os Targaryen eram mais do que homens, mais do que meros mortais. Dacey sentia vergonha de sua impotência, de sua incapacidade de agir, de sua própria humanidade diante de algo tão monstruosamente sobre-humano.
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Ela apertou os punhos, tentando conter a tempestade dentro de si. O que Westeros poderia fazer contra ele? Contra um homem que comandava dragões, abençoado pelos deuses com poder e que parecia inabalável?
"Eu deveria odiá-lo, deveria querer matá-lo com minhas próprias mãos," pensou, sua mandíbula tensa. "Mas tudo o que sinto é essa mistura nojenta de medo e impotência. É isso que ele quer, não é? Que todos nós o temamos. Que nos curvemos antes mesmo de ele ordenar."
Mas Dacey era uma Mormont. Uma Senhora do Norte. Ela não permitiria que o medo a dominasse, não importava quão esmagador fosse. Seus ancestrais enfrentaram os Caminhantes Brancos. Sua casa resistiu às tempestades e ao gelo. E ela resistiria a ele, mesmo que sua própria alma fosse consumida no processo.
Ela ergueu o olhar, encarando Maegor diretamente. Sua voz ainda estava presa na garganta, mas seus olhos diziam o que ela não conseguia expressar em palavras: Você não me quebrará.
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Galbart Glover fixava o olhar em Maegor Targaryen, sua expressão dura como a pedra. O calor do salão parecia sufocante, mas o frio que o atravessava vinha de dentro. Ele havia ouvido as histórias e rumores sobre o Imperador de Valíria, mas estar diante dele era outra coisa. Maegor parecia menos um homem e mais uma força da natureza, algo que não podia ser contido ou compreendido por completo.
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Medo e Cálculo.
Galbart era um estrategista, um homem acostumado a medir suas palavras e ações. Mas agora, ao encarar Maegor, sentia um medo que não conseguia suprimir completamente. Não era um medo de covardia, mas da percepção de que estava diante de algo além do controle humano. No entanto, ele não demonstraria isso; não poderia. Sabia que homens como Maegor se alimentavam da fraqueza dos outros, e Galbart Glover não daria esse prazer a ele.
Ele manteve a postura firme, mas sua mente trabalhava incessantemente. Como enfrentamos um homem assim? Como lidamos com um imperador que comanda dragões e tem os deuses ao seu lado? Será que a resistência do Norte, nossa lealdade ao inverno e à honra, seria suficiente?
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Raiva Reprimida.
Havia também uma raiva latente queimando em seu peito. Raiva porque Maegor parecia olhar para todos com desprezo, como se fossem menos do que ele, como se suas vidas não fossem nada além de peças em um tabuleiro que ele controlava. Raiva por estar em uma posição em que precisava medir cada palavra e movimento, sabendo que qualquer erro poderia significar a ruína não apenas para si, mas para toda sua casa, para todo o Norte.
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Vergonha e Determinação.
E, como Dacey Mormont, Galbart sentia uma ponta de vergonha. Vergonha por não ter respostas. Por saber que, apesar de sua experiência e inteligência, não tinha ideia de como enfrentar um homem como aquele. Mas também havia determinação. Ele era um Glover, um homem do Norte, e o Norte não se curvava tão facilmente. Mesmo diante de algo tão avassalador quanto Maegor, ele sabia que precisavam resistir.
Galbart endireitou os ombros e respirou fundo, deixando que suas emoções se transformassem em uma máscara de neutralidade calculada. Se Maegor era um dragão, Galbart seria o gelo do Norte, inabalável e frio. Ele enfrentaria esse imperador não com força, mas com astúcia, esperando pelo momento certo para agir.
Seus olhos encontraram os de Maegor, e por um breve momento, o tempo pareceu parar. Em sua mente, uma promessa: Você não nos destruirá tão facilmente. O Norte é mais forte do que você imagina.
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Sor Brynden Tully
Sor Brynden Tully observou Maegor Targaryen, e a cena diante dele parecia uma versão distorcida do que deveria ser. O homem que um dia chamou de bastardo do Lord Stark agora estava de pé diante deles, mas algo em seu olhar e presença havia mudado. Não havia mais aquele jovem inseguro que Brynden uma vez ouviu de sua sobrinha, mas sim um monstruoso forjado pelo fogo e pela ambição. A violência e o poder de Valíria estavam estampados em seus olhos, e Brynden sentiu o peso disso na carne. A força de Maegor era palpável, como se o próprio ar ao redor dele fosse mais denso, mais pesado.
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Medo.
O medo se infiltrava nas veias de Brynden, não como um pânico cego, mas como uma compreensão gélida de tudo o que estavam prestes a perder. Ele viu, em sua mente, a imagem de sua irmã Catelyn, seu rosto torcido pela dor e pela raiva. Ela, que sempre foi a mais forte entre eles, agora tremia à sombra de Maegor. Ele pôde ver o medo refletido no rosto de seus sobrinhos, um medo que tentavam esconder, mas não conseguiam. O olhar deles, o jeito como os olhos se desviavam para o chão, revelava uma vulnerabilidade que Brynden nunca imaginou ver. O próprio poder de Maegor parecia corroer a coragem deles, e aquilo cortava o coração de Sor Brynden. Ele queria gritar para eles, para que mantivessem a honra, para que não recuassem naquela presença aterradora. Mas ele sabia, no fundo, que nem ele mesmo sabia o que fazer. O medo estava lá, cravado em seus ossos.
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Raiva.
E havia raiva. Uma raiva que queimava como fogo nos pulmões. Como ele chegou a isso? Como o sobrinho de Eddard Stark, o homem que queria fazer parte da família Stark, poderia se transformar nesse monstruoso? A raiva de Brynden não era dirigida apenas a Maegor. Era também dirigida a si mesmo, a todos eles. Como não havia percebido antes? Como deixou esse mal crescer nas sombras? Ele se lembrou de quando Maegor ainda era Jon Snow, o garoto bastardo, com o coração puro e a vontade de ser mais do que era. Ele poderia ter sido mais, poderia ter sido alguém que defendesse o Norte, não aquele que buscava destruí-lo. Mas agora, olhar para ele, para aquele homem, era como olhar para uma traição viva. Uma traição que corroía não só o sangue, mas também a memória de tudo o que o Norte havia representado.
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Ódio.
E o ódio... o ódio por tudo o que ele havia perdido. Por sua irmã, pela casa, pela honra que agora parecia irrelevante diante do fogo que Maegor estava pronto para trazer. O ódio por cada decisão errada, por cada passo que o destino os forçou a dar até chegar a este ponto. Sor Brynden sentiu que, se pudesse, arrancaria aquele ódio do peito e o jogaria no fogo. Ele não sabia se o ódio o faria mais forte ou mais fraco, mas não poderia afastá-lo.
A visão de Maegor o desafiando, tão absoluto em seu poder, enchia Sor Brynden de uma tristeza amarga. Essa é a nossa realidade agora? Ele se disse, um lamento abafado no fundo de sua mente. Mas então surgiu um lampejo de determinação. Se for para cair, então que seja com honra. Que o sangue de todos nós queime tão forte quanto o do dragão.
Com um suspiro profundo, Brynden se virou para os sobrinhos e os viu mais uma vez, ainda com o medo estampado no rosto, mas também com uma centelha de resistência. Ele não os deixaria fraquejar. Não enquanto houvesse luta. Ele virou seu olhar de volta para Maegor, com ódio queimando em seu peito e a mente fria como o inverno. Se Maegor fosse mesmo um deus, então ele teria que passar pelo fogo da raiva e da honra do Norte.
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Howland Reed
Howland Reed
Howland Reed sentia o peso da história sobre seus ombros enquanto observava Maegor, o imperador de Valíria, erguendo-se diante dos deuses, todos os catorze presentes na cerimônia. O brilho da Coroa da Eternidade reluzia com uma luz inusitada, como uma lâmina de fogo pronta para cortar o futuro de Westeros. Nunca pensou que veria algo tão grandioso — ou tão terrível — diante de seus olhos. "Eu pensava que era um mito... uma lenda do Grande Império do Amanhecer", refletia, seu coração batendo forte no peito, o peso da revelação afligindo sua alma.
O Grande Império do Amanhecer, a civilização perdida de que todos falavam, mas que ninguém realmente acreditava ter existido. Mas agora, diante dele, Howland via a verdade inquestionável. Valíria e Yi-Ti, esses reinos poderosos, não eram apenas figuras do passado. Eles eram filhos desse império ancestral, como o próprio Maegor, em quem ele reconhecia a herança desses deuses antigos, uma herança misturada com fogo, poder e a promessa de destruição.
Maegor não era mais aquele garoto que Howland havia conhecido, mas sim uma força indomável. Ele sentia a presença do poder de Maegor como um vendaval, um rugido de dragões que ecoava através dos céus, anunciando a guerra que estava por vir. Os dragões de Maegor, aqueles monstros de escamas e fogo, pareciam dominar o horizonte, suas vozes como trovões que rasgavam o ar, prometendo devastação para qualquer um que ousasse desafiar o império. Howland podia ouvi-los, ainda que distantes, como se estivessem chamados à batalha, prontos para espalhar sua fúria.
Mas era quando olhava para os deuses antigos, para as raízes de sua própria terra, que Howland sentia uma dúvida crescente. Os deuses dos antigos haviam sempre sido sua força, os protetores da casa Reed, dos pântanos e das árvores antigas. Seus ancestrais haviam se inclinado diante dessas entidades e, de algum modo, ele sabia que, apesar de ser um defensor da antiga fé, aqueles deuses agora pareciam tão distantes quanto as estrelas no céu. Eles estavam longe, e o que ele via à sua frente era um novo panteão, o dos deuses de Valíria, com Maegor no centro, ostentando a coroa que agora representava o poder de todas as suas antigas glórias.
A terra de Valíria era agora o centro de tudo — o domínio do fogo, da destruição, e das grandes criaturas aladas. Howland sentia uma mistura de respeito e terror, porque sabia que, ali, não importava o que os antigos deuses pudessem oferecer. A terra dos deuses de Valíria era agora a única realidade que se impunha. "Essa é a terra dos deuses?" se perguntava, com o olhar fixo em Maegor, com uma sensação crescente de impotência. Ele sentia que os deuses do passado não podiam mais se opor ao poder daquela coroa, que agora representava um novo ciclo — um ciclo de destruição, talvez, mas também de renascimento.
Enquanto os rugidos dos dragões ecoavam ao fundo, Howland sabia que as coisas nunca seriam mais as mesmas. O império valiriano estava de volta, e com ele, uma nova era de reinos e deuses. Agora, tudo estava nas mãos daquele que usava a Coroa da Eternidade — o próprio Maegor, que parecia a personificação da ambição e do fogo. E, naquele momento, Howland percebeu que não havia mais fuga. O futuro estava sendo escrito diante de seus olhos, e ele teria que fazer sua escolhaaa.
FIM