Chapter 13: Deuses em Nova Valiria parte II
Jeyne Westerling
Jeyne Westerling sentiu o peso da visão diante dela como um manto de gelo, e o ar do grande salão parecia mais pesado a cada instante. O homem à sua frente, Maegor, agora governante de Valíria, era tão diferente daquele jovem que ela conversou na corte de Winterfell. O homem que um dia foi o sobrinho de Eddard Stark, o irmão de seu marido, Robb Stark — o Rei do Norte e do Tridente. Ela se perguntava como algo tão sombrio e profundo poderia ter mudado tão drasticamente, e o que aconteceria agora com Westeros.
Ela olhou para ele, o imperador de Valíria, com uma mistura de incredulidade e medo. Aquele não era mais o sobrinho que ela lembrava, o jovem com o que ela esperava o luto pela morte do Norte. O rapaz que, mesmo em sua dor, ainda parecia carregar uma centelha de humanidade, uma chama de esperança. Mas agora... agora ele era um imperador, cercado por dragões imponentes, com os olhos flamejantes de Balerion refletindo em seu olhar. Jeyne não conseguiu compreender a transição, como aquele homem se tornara um símbolo de destruição, e como seus dragões, essas bestas de fogo, eram agora o ápice de seu reinado.
Ela se perguntava o que Westeros faria diante dessa ameaça imensa, essa força que agora se erguia no coração do mundo. Onde estavam os reis e os exércitos que outrora protegeram os reinos? Onde estavam as defesas que ela e Robb fizeram jurado manter? O próprio Norte e a Terra Fluviais, que parecia há muito distante, agora parecia algo irreal, distante de um futuro em que ela se via sendo consumida pela sombra de Valíria.
Os dragões estavam em todos os lugares, grandes e majestosos, descansando nos pilares do grande salão, aqueles olhos vívidos observando cada movimento, cada suspiro. Mas o que mais apavorava não eram os dragões que estavam dentro do salão, mas o rugido distante daqueles que voavam fora, cortando o céu sobre Valíria, cujas asas batiam como trovões. O som reverberava nos ossos dela, uma lembrança constante de que o poder que Maegor possuía não era apenas um jogo de tronos ou de palavras, mas algo muito maior e mais perigoso.
Ela sentiu um arrepio na espinha. O céu de Valíria foi queimado de uma maneira única, com um cor alaranjado e dourado que remetia à própria essência do poder e da destruição. Ela não sabia o que estava por vir, mas uma coisa era certa: Westeros não poderia mais ser o mesmo. O futuro estava sendo reescrito naquele instante, e ela não sabia se a história de sua casa, de sua família, ainda teria um capítulo a ser escrito. O medo, profundo e sólido, apertava seu coração.
Ela se disse, com amargura, se ainda teria algum lugar para ela e os Stark que restaram, ou se o mundo se curvaria diante de Maegor e seus dragões. O que você iria seguir? Uma nova era de paz, ou uma era de fogo e cinzas? Westeros estava prestes a ser engolido pelo inferno, e ela só podia assistir, impotente, ao destino se desenrolar diante dela.
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Viserys Targaryen
Viserys Targaryen observava Maegor, o novo Imperador de Nova Valíria, com uma mistura complexa de orgulho e medo. Seus olhos brilhavam, refletindo não apenas a grandiosidade do homem diante dele, mas também o peso de sua ascensão. O orgulho que sentia por ver sua linhagem, sua casa, alcançando alturas inimagináveis, era maior do que o medo que ainda lhe apertasse o peito. "Ele é o futuro de Valíria, o filho de Balerion, os herdeiros da destruição e do renascimento", pensei consigo mesmo, admirando o poder de Maegor.
Era impossível não considerar o caminho que ele havia percorrido. De um menino perdido nas terras geladas do Norte, um imperador que, agora, governava com a força de dragões flamejantes e uma vontade indomável. A história da sua casa, a história de Valíria, estava sendo reescrita por ele, e Viserys sabia que não havia como escapar desse destino.
Mas havia algo em Maegor que fazia até o mais poderoso dos Targaryens estremecer. Ele não era mais apenas Jon Snow, o bastardo com um destino incerto. Ele era Maegor, um homem com a força de um império atrás de si, com dragões ao seu comando e uma visão que poderia consumir todo o mundo. O medo rastejava pelas veias de Viserys, mas ele se forçou a ignorá-lo. "Eu sou a linhagem dos dragões. Eu sou Targaryen", pensei, repetindo a si mesmo como um mantra para afastar os medos que queriam engoli-lo.
O orgulho era maior, porque Maegor era seu sobrinho. "Ele é o futuro dos Targaryens, os herdeiros que tanto ansiavam". Ele viu a chama dos dragões em seus olhos, e não pôde deixar de se sentir maravilhado. "Agora, os Sete Reinos irão pagar, claro. E não será com misericórdia. Será com fogo e sangue."
Ele sabia que, com a força de Maegor, o equilíbrio que existia em nossos reinos estava prestes a ser alterado para sempre. "Os reinos vão sucumbir diante de sua força, e os homens irão se curvar perante a supremacia dos dragões." Viserys sentiu uma empolgação crescendo dentro de si, a motivação de um novo acontecimento prestes a tomar forma, mas também o conhecimento de que nada poderia mais deter esse poder.
O orgulho se expandia, se misturava ao temor, mas uma certeza crescia: "Agora, o fogo se espalhará. E ninguém, nem os Sete Reinos, será seguro."
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Shireen Baratheon
Shireen Baratheon observou Maegor, seu esposo e agora Imperador de Nova Valíria, com um misto de admiração e assombro. No grande salão iluminado por chamas dançantes, os gritos e cânticos dos sacerdotes ecoavam enquanto a cerimônia atingia seu clímax. Maegor estava sentado no trono de dragões negros fundidos, a Coroa da Eternidade relacionada sobre sua cabeça — uma obra-prima de ouro e rubis que simbolizava o renascimento da glória valiriana.
Shireen sentiu-se pequena, mas ao mesmo tempo parte de algo imenso. Vestida com um manto escarlate adornado com bordados de chamas douradas, ela parecia a personificação viva do fogo e do sangue. Ao lado de Maegor, ela era a Imperatriz, abençoada pelos próprios catorze deuses de Valíria. Os sacerdotes, em seus mantos prateados, entoavam preces antigos, uma língua há muito esquecida pelos homens comuns.
Enquanto o cântico sagrado subia como fumaça em direção ao alto das abóbadas, Shireen não conseguiu evitar olhar para Maegor mais uma vez. Havia nele algo que parecia quase sobre-humano. Não era apenas o poder, mas a intensidade. Ele parecia não ser apenas um homem, mas uma força da natureza moldada pelas mãos dos próprios dragões. "Este é o meu marido, o Imperador do Fogo Eterno", pensou ela, com o coração batendo mais forte.
A presença dos catorze deuses era quase tangível. Os sacerdotes afirmaram que o próprio Balerion havia sussurrado naqueles que os guiavam, confirmando que Maegor e Shireen foram escolhidos para unir os restos despedaçados do mundo. Os altares fumegantes ao redor do salão lançavam luzes pulsantes que faziam as escamas da coroa de Maegor brilharem como o próprio céu em chamas.
Enquanto os catorze sacerdotes se aproximavam para abençoar o casal imperial, Shireen transferiu a cabeça, decidida a não vacilar. Ela era uma Baratheon, uma sobrevivente das trevas que engoliu sua casa, e agora ela renasceu, assim como Nova Valíria. Seus olhos encontraram os de Maegor, e ela viu neles o mesmo fogo incontrolável que parecia consumir tudo ao redor. "Juntos, somos invencíveis", ela pensou.
Quando o sumo sacerdote finalmente pronunciou as palavras finais da vitória, uma onda de silêncio percorreu o salão antes que os presentes explodissem em aclamações. "Valíria renasceu!", eles gritaram. "Fogo e Sangue para todos os inimigos!"
E, naquele instante, Shireen soube que o mundo nunca mais seria o mesmo.
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Daenerys Targaryen
Daenerys Targaryen observava seu sobrinho, Maegor, sentado no trono de dragões negros fundidos, com a Coroa da Eternidade relacionada sobre sua cabeça. Atrás dele, os imensos dragões mantinham-se vigilantes, suas escamas reluzindo à luz das chamas que preenchiam o salão. A imagem era ao mesmo tempo magnífica e aterrorizante, como se Maegor fosse a própria encarnação dos antigos senhores de Valíria.
No grande salão de Nova Valíria, o cenário estava repleto de poder e majestade. À medida que os cânticos valirianos ecoavam, as chamadas da cerimônia iluminavam a vasta câmara, e quatro dragões imponentes estavam espalhados ao redor de Maegor, o recém-coroado Imperador de Nova Valíria. A visão de suas presenças colossais era ao mesmo tempo magnífica e aterrorizante, um reflexo do poder absoluto que agora se estendia sobre o império renascente.
O primeiro dragão, de escamas verdes como musgo nas florestas profundas, move-se com graça imponente ao lado do trono de Maegor. Seus olhos cor de bronze eram longos e polidos, irradiando um calor profundo, como se ele fosse capaz de derreter qualquer resistência que ousasse se aproximar. Quando exalava sua chama laranja e amarela, fios verdes serpenteavam pelo ar, como se a própria essência da natureza estivesse se rebelando diante do poder de sua besta.
O segundo dragão, com escamas negras e chifres vermelhos como sangue, parecia um monstro de pesadelo em sua verdadeira forma. Seus olhos eram dois poços vermelhos fumegantes, refletindo a ameaça constante que ele representava. Cada movimento emitia uma aura de destruição, como se fosse uma pressão do fim iminente. Sua chama, escura e infernal, estava sempre disposta a engolir tudo ao seu redor em um mar de fogo imortal.
O terceiro dragão era uma criatura de beleza sublime, com escamas de cor creme que brilhavam sob as chamas das velas. Seus chifres, ossos das asas e espinha dorsal tinham um tom dourado que irradiava majestade. Os dentes, longos como adagas negras, cintilavam ameaçadoramente, enquanto seus olhos, como piscinas de ouro derretido, exalavam uma calma imponente. Sua chama de ouro pálido, tingida de raios vermelhos e laranja, iluminava o salão com uma luz quase celestial, lembrando a todos que o império estava renascendo com toda a força da glória antiga.
E o quarto dragão, negro como a noite sem fim, completava o cenário. Suas escamas escuras como a própria escuridão proporcionam absorver a luz, e seus olhos vermelhos eram como brasas, refletindo uma fúria que não poderia ser contida. Ele era o silêncio antes da tempestade, uma presença assustadora que lembrava que, no império de Maegor, o fogo não escolheu suas vítimas.
Esses dragões eram mais do que apenas bestas mitológicos; eles eram os aliados de Maegor, cada um deles representando um aspecto do império renascente. E assim, enquanto Maegor estava sentado no trono de dragões negros fundidos, a Coroa da Eternidade em sua cabeça e a força de seus dragões ao seu redor, ele era a encarnação viva do poder absoluto, a verdadeira manifestação de Nova Valíria.
Daenerys sentiu um orgulho ardente por ele. Era difícil não se maravilhar ao ver o bastardo que um dia fora chamado Jon Snow agora transformado no Imperador de Nova Valíria. Ele era mais do que apenas os herdeiros dos Targaryen — ele era a personificação do renascimento da glória antiga, os herdeiros de Balerion, o filho do fogo eterno.
Mas com o orgulho vinha o medo. Daenerys sempre sentiu um fio de inquietação em relação a Maegor, mesmo antes de sua ascensão. Ele não era apenas um guerreiro; era um arquimago, um bruxo, um alquimista. Seus conhecimentos ultrapassaram os limites do comum, e os rumores sobre os rituais que ele realizou alimentaram tanta admiração quanto terror. Com a Coroa da Eternidade agora em sua posse, o poder dele parecia indomável, quase divino.
Ela abriu as mãos com força, mantendo-se firme enquanto observava o sobrinho. Seus olhos brilhavam com uma intensidade que lembrava as estrelas em meio a uma tempestade. Ele foi a culminação dos sonhos e ambições da Casa Targaryen, mas também uma força que ela mal pôde compreender. "Ele não é apenas meu sobrinho", pensou ela, "ele é uma força indomável."
O silêncio no salão foi quebrado apenas pelos sacerdotes valirianos que entoavam cânticos em honra a Maegor. Cada palavra parecia vibrar no ar, ressoando com o poder ancestral dos catorze deuses. Daenerys manteve a cabeça erguida, mas seu coração batia rápido. Não era apenas o peso do momento que a afetava, mas a certeza de que, sob o comando de Maegor, o mundo mudaria de forma irreversível.
Por fim, ela permitiu que um sorriso leve tocasse seus lábios. "Você é a luz e as trevas, Maegor", ela pensou. "E mesmo que eu tema o que você pode se tornar, eu sempre estarei ao seu lado. Nós somos Targaryen. Nós somos fogo e sangue."
E assim, enquanto Maegor aceitava as aclamações do salão, Daenerys se preparava para o que estava por vir. O futuro era incerto, mas uma coisa era clara: Nova Valíria agora tinha um imperador que ninguém ousaria desafiar.
O quarto em que Catelyn Stark estava alojada no palácio imperial de Nova Valíria era imenso, mas ainda assim parecia pequeno diante do peso esmagador dos pensamentos que ocupavam sua mente. Ela fitava a escuridão além das janelas, onde os rugidos distantes de dragões cortavam a noite. Aquele som era um lembrete constante do poder devastador que agora se referia às mãos de Jon Snow – ou Maegor, como ele agora se intitulava.
"Quatorze anos", pensou ela, enquanto um arrepio deslizava por sua espinha. "Durante quatorze anos, odiei aquele garoto. O bastardo que eu culpava por tanto. Agora ele é um homem, e ele queimará os Sete Reinos até que reste apenas cinzas."
A imagem da destruição de Lançassolar surgiu em sua mente, tão vívida quanto os relatos que ouvia. A Casa Martell, com todo o seu orgulho e astúcia, havia sido varrida da existência. Não havia distinção entre soldados, mulheres ou crianças — todos pereceram sob o fogo dos dragões e o ódio incandescente de Maegor. Tudo por vingança, por Elia Martell e seus filhos, Aegon e Rhaenys, que foram brutalmente assassinados sob as ordens dos Lannisters durante a queda de Porto Real.
Catelyn não sabia o que a aterrorizava mais: o poder absoluto que Maegor agora possuía ou a ira incontrolável que alimentava cada decisão sua. Por mais que ela entenda o desejo de vingança, não poderia ignorar o horror de uma cidade inteira transformada em cinzas. Agora ele declara guerra em Westeros. "Eddard sempre falou de proteger os inocentes", pensou ela, "mas como proteger alguém de um homem que cavalga dragões e manipula feitiçaria como se fosse um brinquedo?"
Na sala adjacente ao grande salão imperial, Arya, Robb, Rickon, Bran e Sansa estavam reunidos com Howland Reed, Dacey Mormont, Galbart Glover, Sor Brynden Tully e Jeyne Westerling. A tensão no ar era quase palpável, e todos os olhos estavam fixos em Eddard Stark. Ele permanece em silêncio, com o semblante pesado e os olhos distantes, como se carregasse todo o peso do mundo sobre os ombros.
Arya, inquieta como sempre, cortou o silêncio primeiro. "Ele realmente vai nos receber?" Sua voz tinha uma ponta de desafio, mas também de curiosidade.
Sansa lançou um olhar de advertência para a irmã mais nova, mas foi Howland Reed quem respondeu. "O Imperador... Maegor... convocou todos nós. Não seria seguro questionar seus interesses agora."
"Imperador", Robb murmurou, seu tom cheio de desdém. "Jon sempre foi nosso irmão, nosso sangue. Agora, ele exige que o tratemos como algo mais."
"Jon não existe mais", disse Sor Brynden Tully, o Peixe Negro, com sua voz grave e direta. "O homem que conhecíamos foi consumido pelo que ele se tornou. Ele não é apenas um homem agora; é uma força, uma tempestade. Vocês precisam entender isso antes de enfrentá-lo."
Rickon, ainda jovem demais para compreender completamente a gravidade da situação, olhou para o pai. "O que você acha, pai?"
Todos os olhares se voltaram para Eddard. Ele respirou fundo, hesitando antes de responder. "Jon – ou Maegor, como ele se chama agora – sempre foi um rapaz justo. Mas o que ele fez a Lançassolar..." Ele balançou a cabeça, como se tentasse afastar a memória. "Aquele não é o Jon que conhecíamos."
Dacey Mormont cruzou os braços, franzindo a testa. "Então, o que fazemos? Ele quer que juremos lealdade, que aceitaremos seu domínio sobre os Sete Reinos. Vamos nos curvar a ele?"
"Curvar-se ou não", disse Galbart Glover, "pode ser uma questão de sobrevivência. Não somos páreo para dragões. Ninguém é."
O silêncio voltou a dominar a sala. Cada um ponderava as palavras, mas era evidente que ninguém tinha uma resposta clara. Todos sabiam que Maegor enfrentaria um poder que nenhum exército poderia derrotar. Ainda assim, ceder a ele parecia traçar tudo pelo que os Starks tinham lutado.
Quando a porta do salão imperial começou a se abrir, o som ecoando pelas paredes de pedra, todos na sala sentiram o peso do momento. Estavam prestes a encarar o homem que conheceram como Jon Snow, agora o Imperador Maegor, o senhor dos dragões, o arquimago, o conquistador que prometia trazer fogo e sangue ao mundo.
FIM
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